27.7.04

Verão

A verdade é que desde que lá está esta coligação o país tem ardido todo. Desde que entrou o novo Governo, tudo se reacendeu. É incrível como ainda há o que arder, por exemplo em Monchique! Mas é bom ver os nossos deputados a trabalhar quando deviam estar de férias, ali a suar às estopinhas, pelo bem da nação e pela falta do ar condicionado da Assembleia...

23.7.04

Grande gargalhada

Desculpem a insistência no tema e a extensão da coisa. Riam-se, se conseguirem…

Ao Governo de Santana não interessa se é bom se é mau, à governação de Santana e de Portas não aproveita o facto de poder vir a ser boa ou não. Porque não vai. É óbvio que é a primeira geração de governantes que eu me identifico, sobretudo porque me fazem rir. Por isso não acredito muito neles. Como conheço a política, sei que não há políticos bons, são todos maus. Há é bons e maus políticos e políticos cinzentos e políticos a cores, e políticos conservadores e políticos modernos, políticos seguros e políticos aventureiros, políticos parvos e políticos doidos. Todos maus políticos, mas também pouco já mandam, pelo que isso pouco importa.

PP/PSL – dupla maravilha
Esta dupla maravilha, PP/PSL, saída directamente do circo mediático e virtual da comunicação social, marketing e filha-da-putice, tem pelo menos a grande virtude de me fazer rir. (Juntamente com Alberto João Jardim, Pinto da Costa (Ah não é político?) e em tempos Francisco Louçã, Major Valentim Loureiro, Pacheco Pereira e Marcelo Rebelo de Sousa. Talvez haja outros mas não me lembro.) E claro, com este Governo vou-me rir, só nunca saberei se ele valia alguma coisa.
Isto porque Santana, pela sua entrada, conseguiu o que, Paulo Portas, porque junto a Durão Barroso, não conseguiu: deixar-se destruir pelo passado e sobretudo pela sua condição: políticos emergentes do circo mediático e virtual da comunicação social, do marketing e da tal filha-da-putice!

Absolutamente ineficazes e inúteis
Portas, já com dois anos de poleiro, aguentou-se de forma periclitante (agora já ninguém se lembra), mas esteve para sair destruído. Barroso aguentou-se (pois o bondoso e honesto Ferro já estava inutilmente na oposição) e deixou ver o que vinha. Depois apareceu a Casa Pia, não sei se de propósito ou não, mas isso não interessa porque também já passou e restou uma realidade mais concreta que meras especulações. (E depois o Euro que por acaso era uma pesada herança socialista, mas adiante)
Mas com Santana a concorrer, vão ou cair os dois ou (também correspondente ao perfil dos dois) salvar-se talvez nas urnas, à última da hora e de forma inesperada e polémica… Mas que vão sofrer e tornarem-se absolutamente ineficazes e inúteis, vão. E isto, apesar de me pôr a rir, será muito mau para o país dando razão a Barroso quanto ao melhor futuro para os portugueses.

Mídia-gurus
Santana, para começar, entrou da pior maneira — única possível para ele, pois para já, não conseguiria ganhar umas legislativas, depois, porque é destas polémicas que ele sempre se alimentou e finalmente porque como tem muita sorte ficou logo com a melhor parte da legislatura… Depois para continuar arranjou logo três grandes inimigos e Portas outro. O de Portas é o único que pode não ser preocupante: é o Jardim da Madeira atacado pelo Ministro da Defesa do continente… Mas nunca se sabe. Santana foi ainda menos inteligente. Sem se mexer muito ficou com o pop-mídia-guru Marcelo Rebelo de Sousa e com o alt-mídia-guru Pacheco Pereira. Depois foi arranjar o pior e maior. Decidiu pôr contra ele todo o quarto poder, não lhe bastando estar sobre a vigilância do terceiro poder e meio, que é o Presidente da República, o tal da bomba. E então que decidiu ele fazer. Bem (especulando um pouco mais alto), Santana como tem as qualidades que eu já mencionei e na vertigem do poder decidiu na sua entrevista antes de ser primeiro-ministro abrir o coração ao que lhe vai na alma. Porque não ia nada na cabeça a não ser a tal vertigem.

Umbigo português
Então lá disse que, por exemplo, precisava de dar mais importância ao resto do país. Ora isto, é não só, uma boa medida para o país, como uma medida necessária para um dia ainda haver país, como ainda por cima, e isto conta muito, traz votos, muitos votos e até dinheiro para o partido. Mas é uma medida até agora interdita. E porquê? Porque há muitos interesses em que Lisboa seja sempre o centro das atenções. (Também uma espécie de umbigo) Mesmo que isso custe a macrocefalia, que é uma chatice necessária para esses interesses. A regionalização, após anos de letra morta na Constituição, em vez de ser aplicada, foi apagada da lei fundamental! Não é à toa. Fez-se até um esforço para fabricar uma má proposta de regionalização para ser certo ela não passar. (E ficámos todos contentes.)

O quarto do poder
Santana então, na sua entrevista decide falar de deslocalizações de ministérios. Mal falou nisso, pensou: que grande ideia! Não só me agrada, como ainda por cima vai deixar esta gente toda a falar disso… Pelo menos uma semana. Esqueceu-se que quem teria de esquecer isso eram os mesmos que iriam veicular a ideia e debatê-la por uma semana: a comunicação social! Com isto Santana meteu-se exactamente com o pior dos interesses contra a ideia de retirar atenções a Lisboa.
No pequeno mercado nacional, a única garantia de sobrevivência de todas as ramificações do quarto poder é a centralização em Lisboa. Qualquer descentralização mais acentuada, quer sob a forma de regionalizações ou deslocalizações de ministérios tem a fúria instintiva do espírito de sobrevivência da comunicação social nacional sedeada em Lisboa e com incapacidade de se descentralizar. (Pelo menos de um dia para o outro.) Também não está em causa se a regionalização era o melhor caminho, se a deslocalização poderá ser o melhor caminho ou se o processo em curso de criação de áreas metropolitanas é o melhor caminho… Não interessa.

Viva a democracia
Santana pelos vistos não percebe isso. Porque não acredito que ele soubesse as consequências disto nem as consequências do que poderia ser ou será mesmo a deslocalização. Se a comunicação social nacional sofrer mais abalos económico-financeiros, pelo menos por momentos, perde-se o equilíbrio já muito estreito entre verdadeira liberdade de imprensa e concentração dos média. É que poderemos passar a ter uma hiperconcentração dos média. E embora, agora, seja difícil a manipulação dos média vinda da concentração (parece-me que há apenas um controlo um pouco inconsciente, um pouco temeroso, um pouco discreto…) numa situação de hiperconcentração essa manipulação seria até natural. Mas para já, isso parece estar longe, porque, (reparem na ironia) os jornalistas ainda mais ou menos independentes vão lutar ao máximo contra um Governo que quer que eles se tornem ou sejam substituídos por profissionais menos ambiciosos, mais manipuláveis, a trabalhar e a viver ao nível da horrível e atrasada província, longe de todos os cafés, bares, restaurantes e casas de putas onde, hoje em dia e à noite, em Lisboa encontram todos os agentes políticos necessários para ganharem a vida nas noticias!
(O momento que eu falei antes, tem a ver com o facto de o sistema democrático ter mecanismos próprio de defesa de uma hipermanipulação dos média. Não tem porém para uma manipulação forte. Mas para aí estamos nós a caminhar, por isso… tanto faz! Acreditem!)

O fio dental da União
No fundo, os três inimigos de Santana, é só um. Assim, Santana comprou uma briga, que como parece claro na confusão do que nos rodeia, pouca importância tem ao fim e ao cabo. Com irrelevantes consequências. Mas que vai sobretudo fazer-me rir. E alegrem-se, basta um cheirinho de retoma para o vosso humor melhorar e começarem a rir-se comigo. Da desgraça que nos vai cair em cima… Seja da desgraça da dupla maravilha seja do seu sucesso inesperado. Como se nós não estivéssemos habituados e não gostássemos. O Barroso é que continua a mandar. E ainda declara a União Europeia de fio dental e mete a Ferreira Leite a tomar conta das contas!… Era Poder!


16.7.04

E a citação é de...................................

João Pinto.
Bill Gates.
Suelli.
O Cobrador do fraque.
Pinto da Costa.
Tomás Taveira.
António Champalimaud.
Manuela Ferreira Leite.
Luis Marques Castanheira.
José Florencio Norte.
Vicente Justo.
Abramovich.
Irmãos Cavaco.
Paolo Vanggeti Caccioli.
Victória Beckam.
Vale e Azevedo.
Alves dos Reis.
Bibi.
 
 
 
Notas:
-Suelli é uma anónima prostituta brasileira.
-Paolo Vanggeti Caccioli, foi o primeiro italiano a ser condenado por passar cheques carecas.
-Luis Marques Castanheira,  José Florencio Norte e Vicente Justo, setubalenses de 31, 25 e 47 anos respectivamente, foram condenados por falsificação de nota estrangeira. 
-No caso dos falsificadores a afirmação foi um pouco diferente, "Há coisas mais importantes que o dinheiro português", gritaram os três em bom som.
 
Ps: Este texto não correu lá muito bem, não está "grande coisa".
 
 

15.7.04

"Há coisas mais importantes que o dinheiro"

Hoje vamos provar...............não vamos nada!

Quem estamos a citar?



Humor negro

A esquerda teve uma reacção violenta contra a decisão do presidente, ao fim de alguns dias ainda aparecem ecos disso mesmo. Parece mesmo um cólica, assim uma espécie de reacção intestina. Sampaio, a quem, de certeza, mais custou a decisão ainda deve andar de diarreia. Por outro lado, uma das reacções mais violentas vieram de Ferro Rodrigues que respeitou tanto a decisão do amigo que se demitiu. Mas a mais violenta reacção de todas foi mesmo a de Maria de Lurdes Pintassilgo. Morreu.

14.7.04

Desmentindo o desmentido

Confesso, fui convidado. Epá! Tava nos copos apareceu um gajo com o cabelo cheio de gel, começamos a falar de copos e de gajas, de whisky e de cús e pernas e pitos e quecas. Depois um de nós caiu do banco, não me lembro qual. Eu disse uma piada qualquer e o gajo disse "ouve lá pá, não queres ser ministro?" Bebemos outro copo e eu disse que desde que isso não atrapalhasse a minha vida nocturna não me importava. Mas depois houve outro de nós que caiu ao chão e ao levantar-se agarrou-se às mamas de uma gaja que ia a passar e depois... depois nem me lembro de que ministério o gajo falou. E dado esse mistério, optei por não falar mais do assunto com ninguém. Só mencionei aqui o assunto para o caso de alguém ter alguma informação sobre a gaja. É que gostei da forma simpática como ela me bateu. Sobretudo da segunda vez. Mas continuo a não me lembrar da cara dela. Só tenho uma pista, sei que vai trabalhar muito perto do próximo governo...

Sampaio é boa onda

Agrada-me que esteja toda/tanta gente contra Sampaio e a sua decisão, é bom sinal. Conhecendo como se conhece este país, é sinal de que fez o melhor. Daqui as uns anos se verá. Ainda me vou rir a ver a esquerda defender o mandato e a direita indignada por não haver eleições antecipadas numa situação que óbviamente será completamente diferente em todas as suas infinitas semelhanças...

Demito-me

Hoje, vi um espectador num programa de televisão a dizer uma barbaridade. É um daqueles programas que usam politicos articulados para comentar a situação política. O homem, ao telefone, estava indignado com Ferro Rodrigues. “Então não é que Ferro Rodrigues também se demitiu! Guterres demitiu-se, Jorge Coelho demitiu-se, isto é uma moda’ Agora quando as coisas correm mal as pessoas demitem-se”. O homem argumentava que tratar-se de “uma falta de responsabilidade, as pessoas agoram voltarem as costas aos problemas em vez de lá ficarem a apurar responsabilidades e a resolver os problemas”.
Durante algum tempo os políticos foram acusados de, face às consequências dos seus erros não se demitirem, não havendo assim apuramento da responsabilidade política, ficando na impunidade. Depois começaram a demitir-se perante a sua incompetência, agora vem este homem argumentar o contrário. Mas eu acho que ele tem razão.
Então vejamos: os políticos são os políticos, eles existem e estão lá, de que serve demitirem-se? Vão para sempre abandonar a política? Não! Quer isso dizer que assim vai para lá um não político? Livra! Aquilo no fundo é uma classe, que bem vistas as coisas não é muito bem vista e é uma maçada alguém ter que tornar-se político. Vejam os crânios da nação: não estão na política (nem o Vitorino, que é político quis voltar ao rame-rame da política nacional!). Pelo que os políticos que se demitem vão acabar por ter novos cargos – Guterres pode vir a ser Presidente da República, Jorge Coelho só não é líder do PS porque não quer, mas ainda terá outros cargos políticos no futuro – logo o ideal é que eles não se demitam e não passem a batata quente ao próximo. E depois ainda por cima parecem tordos a cair com o barulho de bombinhas de carnaval a rebentar!...

Há aqui qualquer coisa

Se agora todas as eleições não legislativas são consideradas intercalares e avaliam a prestação do governo então esqueçamos a ideia ingrata de que os governos só governam em ciclos de quatro anos, onde o últimos ou os dois últimos são eleitoralistas (e por isso menos bons para o país). Agora todos os anos são eleitoralistas…
Oi! Está aí alguém… Oláaaa!… Que se lixe…

13.7.04

Desmentido

Venho por esta forma desmentir que me tenham feito qualquer convite para o Governo, nomeadamente para qualquer cargo com uma alta remunerção e uma baixa taxa de produtividade de origem sistémica. Da mesma forma venho afirmar que não é por conhecer a tia do pai de um vizinho do motorista da Figueira da Foz do excelso DOUTOR Pedro Santana Lopes que agora me sinto no direito de vir a ter um cargo de relevância política. Isto apesar de todos conhecerem a minha dedicação à causa pública, nomedamente através de uma prima minha. Mas é óbvio que acalento o sonho de um dia ser sub-secretário de Estado para o Lazer. Uma área de iminente importância nacional.

12.7.04

Casamentos...... a desgraça intestinal

Os casamentos são normalmente uma grande festa, nem que seja para os noivos e os convidados que aproveitam para beber copos de borla á fartazana, dando, como não poderia deixar de ser, um maravilhoso espectaculo de canto gregoriano, que começa com hits como "a mulher gorda não me convem" e "não sou o único" para acabar num fabuloso trabalho artistico de cores quentes, exposto logo antes do copo de água na galeria da casa de banho.

Outros exemplos caracteristicos dos casamentos, mas não tão relevantes, são:
Engravatados com a marca da "ganadaria tinto" na gravata e camisa.
Velhas que casam o último neto e que se despendem do mundo da dança.
Gajas boas, mas tão totós, que nem os bebados lhe tocam.
Pitas bem vestidas, que mesmo totós marchavam.
Mulheres emocionadas e aparentemente felizes, na sua maioria solteiras trintonas, que afinal choram de inveja porque os homens só as querem para fuder.
Homens emocionados e felizes com o facto do amigo se casar, e ele ficar solteiro.
Noivos que só no dia do casamento é que se questionam, "como é possivel ela estar grávida ao ponto de termos que casar, se ela é virgem, pois só logo á noite é que vamos inaugurar o santo graal"; santo graal porque toda a gente o quer mas ninguém consegue (pelo menos é aquilo que o noivo pensa).
Gajos parvos que para além de no dia-a-dia andarem de fato e gravata ficam fudidos, porque existem sempre alguns que tem a coragem de nem para o casamento levarem essa indumentária.
Padres com erecção durante a cerimónia do casamento.
Fieis que durante a cerimónia do casamento libertam de uma forma gasosa, a alegria da despedida de solteiro da noite anterior.
Marisco-devoradores.
Fumadores de charuto sazonais e profissionais que laboram apenas nos casamentos e passagens de ano.
Fred astaires.
Vinhos muito maus.
Sorvettes de limão.
Empregadas muito boas e acessiveis a partir das duas da manhã.
Limusines ou sucatas andantes que se alugam por balúrdios para que os noivos possam fazer figura de parvos mesmo até á entrada do recinto.
Uma ou duas gajas com a pancada de fazer broches em festas de casamento.
Empregados de mesa mais bebados que o padrinho do noivo.
Padrinhos que aproveitam a desinibição do alcool para andarem a fazer-se a pitas boas, sempre filhas do melhor amigo.
Punheteiros que mesmo bebados não tem coragem para se meterem com as solteiras que restam, acabando por terminar a noite num qualquer bar de alterne.
A moda do noivo trocar de roupa com a noiva.(afinal a despedida de solteiro serviu apenas para dizer adeus á heterosexualidade).
Imperial a jarro.
Wisky marado.
Tocadores de gaita de beiços.
Velhos tarados.
Gajos que levam a streeper da despedida de solteiro para o casamento.
E para terminar desarranjos intestinais terriveis, por beberem e enfardarem á bruto tudo o que lhes apareceu á frente, incluindo a terrina de inox com agua e limão para tirar o cheiro a marisco das mãos.
Enfim.............os divórcios são melhores.

Há de novo pequenas grandes coisas ...

...pelo que voltàmos para... coisar!