31.10.06

Do autoretrato
Eu.

Do retrato
Tentou retratar-se mas só conseguiu retractar-se.

Da fama
Assumia frontalmente todas as calúnias e mentiras que inventavam sobre ele. Só colocava algumas reticências quando se tratava de assumir a verdade.

Da pressa
Os amigos queixavam-se que a vida hoje em dia, é muito acelerada. Mas ele recusava-se a viver depressa. Saía de manhã e só voltava no final do ano.

Do riso
Foi condenado à morte por fazer piadas sobre o ditador implacável. Morreu a rir. O ditador nunca recuperou.

Do riso macabro
O homem insultou-o. E ele riu-se. O homem ameaçou-o. E ele riu-se. O homem apontou-lhe a morte à cabeça. E ele riu-se. O homem matou-o. E ele, riu-se para sempre na cabeça do homem.

Do narcisismo cómico
Todos os dias, de manhã, olhava-se longamente ao espelho. E partia-se todo a rir.

Do comediante
Dizer parvoíces sempre foi um dos seus fortes desde pequeno. A grande diferença é que, quando era pequeno batiam-lhe para ele se calar e agora, batem-lhe palmas para ele continuar.
Quer dizer, tem dias...

30.10.06

28.10.06

Das promessas
Queria tanto comê-la que lhe prometeu namoro. Depois, queria tanto namorá-la que lhe prometeu casamento. Mais tarde, queria tanto casar com ela que lhe prometeu fidelidade. Mais tarde ainda, queria tanto que ela fosse fiel que prometeu matá-la. No final, queria tanto matá-la que prometeu ser rápido. Ela é que já não foi nisso.

Dos quereres
Querer tudo é meio caminho andado para não conseguir absolutamente nada.

Das dores de estômago
Nunca sabe dizer se está apaixonado ou se comeu alguma coisa que lhe fez mal.

27.10.06

Das ordens dela

Há duas frases que se tornam ordens quando ela as diz e podem determinar o fim de uma relação quando não são obedecidas: “Aguenta só mais um bocadinho” e “Quando estiver quase, avisa”.

O caçador adora animais

Um caçador gosta tanto de animais, que, depois de gastar “uma fortuna” em comida para os cães, em vez dos abandonar, mata-os a tiro para eles não sofrerem com a vergonha de não prestarem para caçar.

26.10.06

Das paixões
Ele seduziu-a. Ela apaixonou-se. Ele desinteressou-se e abandonou-a. Foram para tribunal. Ela exigia uma indemnização pelo sofrimento que ele lhe causou. Mas tal como as paixões, o caso prescreveu.

Da lei
Disse na cara do juiz que se estava a cagar para a lei. O juiz condenou-o a dois anos de prisão de ventre.

Da cidade
Gosta tanto de Lisboa... que se instalou em Almada para poder estar sempre a vê-la.

Das rupturas
Tinha tanto medo que ele a deixasse que arranjou maneira de acabar com ele primeiro. Bem feita!

25.10.06

Da mudança
Todos querem que o País mude. E o País são os outros.

Do francamente
Faz-lhe o favor, sabe deus com que esforço e generosidade, de lhe pagar o ordenado quase todos os meses e muitas vezes até, ao dia certo. O malandro só sabe responder com ingratidão. Em vez de obedecer como um cachorrinho querido e fofo. Francamente!

Dos verdadeiros conservadores
Quando saía à rua levava sempre um pente no bolso. Sabia que iria ver coisas de porem os cabelos em pé.

24.10.06

Derivado da coisa anterior

Deixou o namorado americano engordar com a gastronomia portuguesa até ele ficar como o José Carlos Malato. Mais tarde, o namorado morreu de ataque cardíaco. Dizem que tinha Portugal no coração.

Dos gordos

Deixou engordar o namorado até ele ficar com o corpo do Fernando Mendes. Depois vendeu-o por um preço certo.

22.10.06

Do terror (e) da morte

Do medo
Não tinha medo de morrer um dia. O que o aterrorizava é que esse dia podia ser amanhã.

Das causas
Tinha uma vida normal, mas continuava sempre a pensar em suicídio sem nunca se decidir... Precisava de uma causa para viver ou de uma causa para morrer — aderiu ao Islão.

Do nome
Desde pequeno que era “o terror” e que o tratavam por “terrorista”. Até ao dia 11 de Setembro de 2001. A partir de então começaram a chamá-lo pelo nome.

21.10.06

Da Floribella

Não há nada de errado em ver a Floribella e gostar da Floribella. Mas a Luciana Abreu tem que ser abatida. É uma questão de caridade.

20.10.06

Coisas da repartição de finanças

Utente: Desculpe estar a incomodar, mas eu estou aqui há duas horas e ainda ninguém me atendeu.

Funcionário: Só há duas horas? Está com sorte! Eu estou à espera há mais de 30 anos e ainda faltam 3 para a reforma.

19.10.06

Dos casamentos

— Querido, vai para a sala ver o futebol que eu já te levo uma cerveja.
— Futebol? Mas eu não gosto de futebol e nunca bebo cerveja!
— Mas porque é que eu não casei com um homem normal?...
E continuaram os dois a tricotar.

18.10.06

Da loiça

A minha loiça não gosta de mim. Detesta-me. Não me pode ver nem coberto de sonasol.

Junta-se toda suja, no lava-loiça, estou convencido, que por incitação das tupperwares. As tupperwares são arqui-inimigas dos homens. Desde há muito, eram o “leitmotiv” de reuniões privadas de mulheres, em acções nítidas de conspiração contra o género masculino. Todas as namoradas que tive deixaram uma tupperware em minha casa. É uma espécie de marca territorial/maldição eterna.

Ok! Eu confesso, não gosto de lavar loiça…

Também só chego a lavar a loiça quando os meus vizinhos se chateiam e aquilo começa a fazer muito barulho.
Não fazem ideia o que são as rãs na época do cio!...

Desejos

Acho caricato, que um agente da brigada de trânsito da GNR depois de me enrrabar por excesso de velocidade, pneus carecas, um stop fundido e morada da carta e do BI não coincidente, termine o “atendimento” desejando, e passo a citar: “continuação de um bom dia”.

17.10.06

Do dicionário
Coitado, s. m. (de coito). O mesmo que fodido.

Da loucura
Dizia que olhava em volta e só via gente doida, só via gente maluca... Internaram-no num manicómio.

Do olho
Em terra de cegos, quem tem olho é rei e quem o usa é gay.

Do Sexo Criativo (por oposição ao Sexo Forte)

Da língua
No fim da relação, ele acusava-a de ter uma grande língua e ela acusava-o de ter uma língua inútil.

Do sítio certo
Um dia, ela achou que tinha que acabar com aquilo. Pediu-lhe para parar e explicou-lhe: “Querido, há certas coisas que, não sendo feitas no sítio certo, não se podem considerar sexo!”

Dos exageros
A avó nunca teve nenhum, a mãe teve um uma vez, como é que ela quer que acreditem que ela tem múltiplos?

16.10.06

Filme da treta

Ao longo das últimas semanas, jornais, revistas, rádios e televisões promovem o Filme da treta.
Se calhar sou só eu, mas não estão já todos fartos de ouvir falar no filme World Trade Center!?

Da fome

Passava a semana a enfardar comida e só a fina hóstia que o padre lhe colocava na língua o fazia pensar na fome do Mundo.

13.10.06

Da vida
A mãe agora, dá-lhe cabo da cabeça. Não é casado, vive em casa dos pais e a vida nem lhe corria mal. Até que começou a passar mais tempo em casa... Era a única coisa que não gostava em ter-se reformado.

Da gémea
Ela andava sempre a tentar encontrar a sua alma gémea. Ele andava sempre a tentar engatar duas gémeas.

Das dietas
Às refeições comia 3 ou 4 sandes de pão integral de dieta, com queijo magro especial para emagrecer e fiambre branco light. Acompanhava com um bom litro de iogurte bifidohigiénico e mesmo assim continuava a engordar. Desconfiava que tinha que beber mais iogurte, que isso é que a faria emagrecer.

Do ginásio
Comprou uma casa no mesmo prédio do ginásio para não ter que andar muito a pé.

De um português normal
Não era que fosse um atrasado crónico, o problema, segundo afirmava, é que com pressa de chegar a horas, ficava muito confundido e perdia-se. Quando não se perdia, porque ia atrás dos outros, chegava ainda assim atrasado por causa do trânsito.

Dos votos
Ao padre, o avô tinha dito: sim, aceito. O pai disse: sim, porque não. Ele disse: ‘Bora lá tentar.

12.10.06

Do Lula

Quando Lula leu no jornal: “Sonae opa PT”, levantou-se entusiasmado e gritou: Vendo!
Depois lá lhe explicaram que era a Telecom portuguesa.

Dos ex-misóginos

Estava recuperado e já não tinha medo das mulheres. Mas dos tupperwares, sim.

11.10.06

Das sacudidelas
Sacudia. Sacudia. Sacudia. E antes que se viesse, vinha-se embora da casa de banho.

Do orgulho masculino
Tinha algum orgulho nisso e gabava-se publicamente: estava para nascer a beata que ele não conseguisse despir enquanto urinava.

10.10.06

Circo politico


Assembleia da república
.
Li num jornal on-line inglês, que, pela primeira vez um palhaço vai a votos numas eleições.
Os jornalistas ingleses que escreveram esta noticia, de Portugal, só devem conhecer as praias do Algarve!

Dos diagnósticos

Colocou a radiografia contra a janela e olhou para aquele tumor na cabeça do paciente. Aquela mancha horrível que parecia dançar no crânio enrugado do seu querido amigo. As lágrimas vieram-lhe aos olhos. Depois reparou que era uma mancha na janela e limpou-a.

8.10.06

Das ideias

Teve as suas melhores ideias quando estava charrado. E esqueceu-as nos segundos seguintes.

7.10.06

Da lembrança
Não tinha mulher nem filhos, por isso, em vez das suas fotos, em cima da secretária tinha a foto do seu banco e da bomba de gasolina onde costumava ir. Também ele, gostava sempre, de se lembrar, de vez em quando, por que estava ali.

Do 25 de Abril
Mas como é que só agora ao fim de 20 anos de casados é que tu me dizes que foste contra o 25 de Abril de 74? — Não estava a falar do de 74, mas do de 86, quando nos casámos.

Do futuro
Queres ir à bruxa, mãe? Mas para que é que tu queres saber o que te vai acontecer no futuro, se tu mal sabes o que te aconteceu no passado? — Como não sei, claro que sei. — Então vá, diz-me lá quem é o meu pai?

5.10.06

Uma citação de Voltaire, um aforismo e uma piada porca

Das grandes coisas
As grandes coisas são muitas vezes mais fáceis do que aquilo que se pensa. Voltaire

Do importante
Antigamente, o importante eram os princípios. Depois passaram a ser os fins. Hoje, só interessam os meios.

Da obediência
Jurou-lhe até, que o seu mais leve desejo seria uma ordem a que obedeceria imediata e incondicionalmente.
Esperava secretamente pelo dia em que o patrão dissesse "caralhos me fodam".

4.10.06

Do Islão

Antes de entrar no autocarro, mandou fora metade das barras explosivas que trazia ao peito — considerava-se um muçulmano moderado!

3.10.06

Coisas que acontecem

Uma universidade americana apresentou um estudo que concluiu que, quem pratica relações sexuais com pouca regularidade tem maior probabilidade de ter problemas de memória.
Está justificado o facto de eu e o Grande se termos esquecido que este blog completou 3 anos no passado dia 22 de Setembro.

Do esforço
— Trabalhei noite e dia para chegar aqui acima...
— E pensar que agora, basta o meu pequeno empurrão para em segundos, chegares lá abaixo.

Das coisas da vida
— Larguei tudo para viver contigo...
— Sempre tiveste a mania de te agarrares a coisas de merda.

Da distância
— Percorri 1000 quilómetros para vir ter contigo...
— Ninguém te manda ires para tão longe.

2.10.06

Dos médicos

Acabou o dia estafado. Angustiado. Maçado. Trinta clientes num só dia e a todos tinha receitado o mesmo. Estava aborrecido. A única coisa que o animava era a viagem que iria fazer à conta do medicamento.

Coisas que ficam bem num retrato