31.3.07

Da simultaneidade

— Minha querida, a única maneira de conseguirmos ter um orgasmo em simultâneo, é tu seres honesta a gemer: não te calares que nem um mono; nem gemeres como se estivesses num anúncio a champôs... ou a ser enrabada à força!

30.3.07

Das metáforas

Falava sempre por metáforas. Para atenuar a violência do óbvio.

Das paralógicas
Falava sempre por metáforas que se faziam ouvir e causavam no outro uma sensação de ter bebido daquela sabedoria. Mas não era tanto por isso que usava as metáforas. Na verdade nunca se lembrava da questão em concreto. Por isso, construía metáforas em volta da ideia que tinha da questão, até finalmente se lembrar, verdadeiramente, dela.

28.3.07

Dos desdentados

Ser desdentado é uma desvantagem tremenda. É preferível ter os dentes todos. Sobretudo para mentir...

Dos portugueses

Os portugueses passam a vida a dizer dos outros, que este país não anda para a frente por causa deles. E têm razão. Todos.

Reciclagem (ou a primeira retrospectiva, que, por acaso, não é grande coisa!)
Do cinzentismo Do Só Neste País Dos três problemas possíveis Pior Português e/ou Grande Português Das vergonhas à mostra Porque sim Da "intolorância" Dos começos Do pessimismo e dos remorsos Do Salazar Do Portugal Dos homens

26.3.07

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E ali se abandonava, languidamente, a reflectir... no espelho.

Das brigas

Lastimava-se de chegar sempre atrasado quando havia uma briga. Um dia chegou a tempo de lhe partirem os dentes e de lhe incharem um olho. Ficou contente.

24.3.07

Dos líderes

Não nego o dolo. Mas não subestimo a incompetência.

23.3.07

Do relógio da cozinha

Sempre atrasado, mantinha todos os relógios em futuros diferentes. Excepto o da cozinha, sempre certinho, sempre cruel, pelo qual ganhou um forte ressentimento...

22.3.07

Actualidades


Da caturreira da linha
O país sob o governo socialista deve estar a ir muito bem, considerando que a direita até se dá ao luxo de andar a brincar aos partidos.

Da caturreira da caparica
Com tanta gente a dizer mal dele, a espezinhá-lo e estragá-lo, não me admira que o território português se esteja a mandar ao mar.

Dia mundial da...coisa!

Na minha leitura habitual pelos jornais fiquei a saber que hoje se assinala o dia mundial da árvore e o dia mundial da poesia.
È impressão minha, ou é um bocado estranho que no mesmo dia se juntem arvores e poesia? Não será a poesia responsável pelo abate de algumas árvores?
Depois de reflectir sobre estas questões, concluí que são destruídas mais arvores em Portugal devido a beatas acesas, beatas escritoras e papel higiénico, do que com os livros de poesia.
Mas, já que estou a falar de beatas escritoras, incêndios e papel higiénico, permitam-me dizer que, também há por aí muito livro que não serve nem para fazer um churrasco, nem para limpar o cu.

21.3.07

Do condicionamento social

Sentia-se condicionado, influenciado e manipulado, não só pela comunicação social, pelos outros, pela cidade, pelo tempo — por tudo o que o rodeava... Mas sobretudo pelo pão com manteiga do pequeno-almoço, pelo queque do fim de tarde e pelo copo de leite antes de dormir...

20.3.07

Do meu grande português

Para Salazar ou para Hitler, desobedecer-lhes, era, no fundo, como meter-lhes um dedo no cu! Ora, Aristides de Sousa Mendes tem um recorde imbatível: Desobedeceu-lhes não uma, mas trinta mil vezes. Em apenas três dias. E por cada dedo que lhes metia no cu, salvava uma vida.
Castigado, aceitou de coração. E assim morreu pobre e de forma coerente: a cabeça explodiu-lhe, como qualquer cabeça que se preze, perante tal situação.

19.3.07

Dos lemas de vida

Nunca te vás, quando te podes vir!

17.3.07

Da tortura

A mulher que mais o fez sofrer em toda a sua vida foi a dentista. Casou com ela.

Da memória ram

O problema dos computadores é a memória ram.
The problem with computers is the ram memory.

16.3.07

Do pessimista niilista*

Acordou maldisposto, arrotou e disse para si próprio: Foda-se, esta merda ainda existe... toda! E foi cagar como fazia todas as manhãs.

* Ou português negativista; ou Tuganega

Coisas de outros

Encontrei isto neste sitio e achei que seria injusto não o partilhar.

15.3.07

Do fazer

Com medo que descobrissem que não sabia fazer nada, teimava em querer fazer tudo.

Na rádio pública

Durante a cerimónia de encerramento da semana da memória numa escola básica, a jornalista tem o seguinte diálogo com uma criança.

Jornalista: Então aprendeste muita coisa durante esta semana?
Criança: Sim.
Jornalista: Aprendeste a estimular a tua memória?
Criança: Sim.
Jornalista: E a exercitar a memória?
Criança: Sim
Jornalista: E como é que isso se faz?
Criança: Isso é que já não me lembro!

14.3.07

Picante cavaquista

Esperem até aos seis minutos e trinta segundos deste sketch presidencial sobre picante, arroz branco e iogurte para perceberem as dificuldades e provações do presidente da república.

PS: Um bocadinho chatinhos com a conversa do picante!

Do copo cheio
Desde que descobrimos que a morte é certa que temos uma razão para sermos pessimistas e todas as outras para sermos optimistas.

Das palavras bonitas
Ele disse-lhe que não queria nada com ela nem que ela fosse a última mulher do mundo. Ela achou poético e fez-lhe a vida negra até ele a levar ao altar.

Escatologia aplicada
Diz-me como cagas, dir-te-ei quem és.

Cagalhão duro dói, mas não deixa rastro.

13.3.07

Dela

Foi uma mulher extraordinária na sua vida... E isso custou muito a todas as outras ordinárias que o aturaram.

Aviso

Não tenho a pretensão de achar que tudo o que escrevo é ideia minha, mas sempre que tenho a certeza que não é, aviso.

12.3.07

Do juízo

Sentia-se mal! O pai, quase sempre bêbado, chateava-lhe a cabeça. A mãe, entre comprimidos para os nervos e as compras no shopping, chateava-lhe a cabeça. O irmão, sentado no sofá, entre uma cerveja e as longas horas de jogo na playstation, chateava-lhe a cabeça. A avó, entre a missa, o corte-e-costura, o padre, a sacristia e as avé-marias, chateava-lhe a cabeça. O tio, depois de mais um picanço na variante e uma luz no chaço velho, chateava-lhe a cabeça. A irmã, quando vinha a casa do ginásio, chateava-lhe a cabeça. O cunhado, entre dois sites de pornografia, chateava-lhe a cabeça. E até o irmão mais velho, entre quecas e namoradas, lhe chateava a cabeça... Enquanto dava outro bafo no charro, pensava que se calhar tinha de largar a droga e atinar de vez...

10.3.07

Do cinzentismo

O país é cinzento! Mas e o Sol? Não pá, é cinzento! Mas e o mar? Não, não, é cinzento! E o céu? É ciiiinzento! Tudo? Cinzento! Mas tu... Cinzentão! Tou a ver... Cinzentíssimo! Lá está — cinzento! Cinzento! ... Ardeu tudo, não é? Cin...

Da verdade

— Meu caro amigo, o que dizes tem lógica, faz sentido, é sentido e comove-me, mas não corresponde à verdade!

8.3.07

Debate da nação

Ser-se pontual em Portugal é perder tempo.

Das paixões (repentinas)

No fundo, o tormento das mulheres, é que para terem sexo com quem desejam, precisam sempre de uma boa desculpa...
Já para os homens o tormento é muito maior — precisam de um sítio.

7.3.07

Questões actuais...

Algo está podre no reino da Dinamarca?...

Quem tem medo do Salazar?...

Coisas que metem espécie XVII

Militantes dos partidos nacionalistas naturais das ex-colónias.

6.3.07

Do Só Neste País

Só neste país é que se diz, só neste país.

Coisas que mudam

Nos anos noventa os presidentes de câmara e empresários bem sucedidos tinham um automóvel de luxo. Hoje em dia, os presidentes de câmara e empresários de sucesso têm um TIR.

TIR = Termo de identidade e residência

Do amor

— Para te salvar, meu amor, seria até capaz de te matar...

4.3.07

Dos palestinianos

Considera o povo palestiniano uma vítima do pecado da Europa, do calculismo Americano, do desespero judeu e do fanatismo islâmico, que o colocou numa posição extremamente injusta. Mas o que gosta mais neste povo, é a sua coerência e sobretudo a sua união...

2.3.07

Lógica dos vivos

Quando o Victor Damas morreu disseram que era o melhor guarda-redes português de todos os tempos.
Agora, morreu o Bento e dizem que foi o melhor guarda-redes português de todos os tempos.
Seguindo esta lógica, o Moretto não precisa de jogar para ser considerado o melhor guarda-redes português de todos os tempos, basta naturalizar-se e morrer.

Pronúncia do norte

Depois de ouvir hoje tanta gente a falar nos meios de comunicação social, apetece-me dizer:
Palavras leva-as o Bento!