31.12.08

Um ano a balançar

Jornalista: Bem vindos ao já habitual comentário de Mauro Tristão, o nosso pessimista de serviço. Hoje à distância, já que Mauro Tristão ausentou-se do país devido às festas, mas vamos tentar entrar em contacto com ele. Mauro, está a ouvir-me?
Mauro Tristão: Cof! Cof!...

J: Mauro Tristão?

MT: Cof! Arghh! Arrerre! Cof! Cof! Aarrgh! Argh! Cof…

J: Bom parece que há alguma interferência na comunicação…
MT: Diga, homem, cof, diga, isto é só uma tosse. Arrghrgsh… Shht…

J: Desculpe mas pelo barulho parecia mesmo alguém a morrer.
MT:
Sou eu que estou a morrer.

J: Mas está doente?
MT:
Muito doente, muito doente.

J: Isso é que é pior…
MT:
Já estava doente e agora fiquei pior. Recebi os exames…

J: E passou de ano ou está mesmo doente?
MT:
Engraçadinho… Tenho estado doente. Muito doente. Mas agora chegaram os exames médicos e afinal diz que não é nada… Estas bestas nem conseguem encontrar o meu problema, enfim… médicos…

J: Não fique assim abatido, da forma como o costumo ver fumar, estou certo que não durará muito.
MT:
Acha?

J: Acho.
MT:
Mas acha o quê? Meta-se na sua vida. Eu não lhe confiava nem a minha vida, quanto mais a morte. Cof, cof! Não tem mais nada para me perguntar? Se não tem, acaba-se com isto que eu tenho mais que fazer.

J: Não precisa irritar-se. Imagino que, apesar de estar doente, aí em Porto Alegre terá muito que fazer…
MT:
Qual Porto Alegre, estou em casa, em Lisboa. Fiquei doente e não fui a lado nenhum. Passei o Natal na cama com febre e só me levantei para vir falar consigo por esta coisa…

J: Coisa? Pelo computador?
MT:
Sim. Despache-se homem, despache-se que estar em frente destas máquinas dá-me comichões nas partes pudibundas.

J: Ok. Ok. Vamos já passar ao que interessa, às boas notícias. Não sei se antes de mais, quer fazer um comentário à mensagem de Natal do primeiro-ministro ou…
MT:
Isso são coisas sem interesse nenhum. Ainda se o país se estivesse a afundar numa crise… Isso sim, seria uma boa notícia para mim.

J: Mas o país está a afundar-se numa crise, Mauro…
MT:
Mas não é assim tão grave… Não é que o mundo esteja numa crise devastadora…

J: Desculpe mas o mundo atravessa a pior crise desde 1930!
MT:
Ah! Você diz isso só para me animar…

J: Estou a falar a sério.
MT:
Seja como for, já me animou.

J: Na verdade, hoje em dia parece só nos restar a esperança de um futuro melhor…
MT:
Essa é boa. A Esperança…

J: A Esperança é a última a morrer…
MT:
E não acha isso estranho?

J: O quê?
MT:
Que morra toda a gente e só fique a Esperança?

J: Estranho? Não. É uma expressão que se usa…
MT:
Sabe porque é que a Esperança é a última a morrer? Sabe?

J: Bom, porque é um…
MT:
A Esperança é que é a assassina. Ela mata toda a gente primeiro. Sabe o que eu costumo dizer? Quando já só resta a Esperança o melhor mesmo, é uma pessoa pôr-se a caminho da outra margem, parar o carrinho a meio da ponte sobre o Tejo, fechar o carrinho, dizer adeus e saltar lá de cima. A Esperança… A única Esperança que conheci na vida, vim a descobrir que era um travesti e nunca mais acreditei em nenhuma.

J: Estou a ver… Como este é o último comentário do ano, não sei se quer fazer um balanço do ano?...
MT:
Confesso que não foi um mau ano.

J: Diz isso por causa de derrocada do sistema financeiro, da crise mundial, do sismo da China…
MT:
Digo sobretudo porque finalmente este ano acabaram as obras no meu prédio e finalmente posso dormir a sesta em paz e não ter o desprazer de encontrar aqueles homens horríveis nas escadas…

J: Está a falar dos pedreiros?
MT:
Dos trolhas, aquilo são trolhas. Há pedreiros muito decentes. Mas isto são trolhas que se embebedam antes das onze da manhã e blasfemam o resto da tarde.

J: Mas em termos nacionais não encontra nenhuma boa notícia que nos dê alguma esperan… quer dizer, alento?
MT:
A nível nacional? Não.

J: Imagino que o facto de 2009 poder ser um ano muito pior que este ano de 2008, já o anime.
MT:
Tenho dúvidas. Isso foi o que o primeiro-ministro disse, mas o homem está farto de prometer e não cumprir. Ele farta-se de mentir e a mim parece-me que essa história de 2009 ser um ano mau não passa de uma mentira.

J: Mas com que objectivo o primeiro-ministro iria pintar um cenário negro?...
MT:
Para assustar as pessoas. Não se esqueça que para o ano há eleições legislativas e a ideia é dizer às pessoas que as coisas estão tão mal, tão mal que elas devem ter medo. E os portugueses com medo costumam votar em quem lá está, por medo de mudança.

J: Bom, parece-me algo exagerado… Então acha então que o próximo ano vai ser melhor que este?...
MT:
Não me parece.

J: Mas…
MT:
Acho mesmo que vai ser um ano péssimo. E em termos nacionais, muito francamente se pedir a minha opinião eu acho que a única solução era fazer o inventário, fechar o país e entregá-lo aos credores, obviamente. E quanto mais depressa melhor porque como sabe nas falências se a coisa não for grave, os credores ainda podem manter-nos a laborar durante algum tempo. Porque se for grave, somos todos despejados e eu pessoalmente não tenho para onde ir...

J: Isso parece-me muito exagerado. E em termos internacionais?
MT:
Aí estou mais optimista.

J: A sério?
MT:
Sim, acho que a situação pode piorar muito.

J: Você engana-me sempre, sou muito ingénuo.
MT:
Não seja convencido. Ingénuo?! Isso é um eufemismo, você é mesmo é parvo.

J: Nem tanto. Mas pode piorar como?
MT:
Uma coisa lhe posso dizer com alguma certeza e mesmo com alguma desilusão: o mundo não vai acabar em 2009. Mas vai andar lá perto e isso é um motivo de orgulho para todos nós.

J: Bom e foram os votos para o novo ano de Mauro Tristão. Bom ano também para si Mauro, até para o ano.
MT:
Bom ano para si, embora muito francamente eu não sei se você se vai aguentar para o ano. Mas quem sou eu para fazer previsões?!... Não é?...

23.12.08

Natal Tristão

Jornalista: E como é habitual temos connosco Mauro Tristão, o nosso pessimista de serviço para o comentário semanal. Não sei se quer destacar a boa notícia da semana que passou?...
Mauro Tristão: Para mim todas as notícias são más.

J: Compreendo, mas de certeza que das diversas notícias há-de haver uma positiva. Vejamos… O não do parlamento europeu às 65 horas de trabalho, parece-me a melhor notícia da semana…
MT: A si e a toda a gente.

J: Mas o problema é?...
MT: Não há problema nenhum. Era uma estupidez aumentar o horário de trabalho. A Europa está pobre, estamos à beira da recessão, da falência e do desaparecimento e como sabe, nunca foi a trabalhar que alguém ficou rico.

J: Está a ironizar?
MT: Não tenho a certeza.

J: Bom fiquemos assim, talvez possamos mudar de assunto. Por exemplo, a condecoração de Manoel de Oliveira…
MT: Isso é que não. Já não aguento falar desse homem. É como um emplastro que nunca mais morre. Anda sempre a fazer o último filme há mais de trinta anos. Ele não merecia uma condecoração, merecia era uma certidão de óbito.

J: Mas mesmo não gostando dos filmes de Oliveira…
MT: Quem é que lhe disse que não gosto? Gosto e muito, dos bons obviamente, porque ele faz alguns filmes que nem o mais reles principiante desse antro a que chamam Escola de Cinema conseguia fazer. Às vezes pergunto-me se ele ainda vê e sobretudo se ouve. Uma coisa é certa, a cinematografia de Oliveira sofre nitidamente de Alzheimer.

J: (Cof! Glup!) Bom, mudemos de assunto. Tentemos por exemplo os sapatos contra Bush…
MT: Ora aí está uma excelente notícia.

J. A sério?
MT: Desta vez é a sério. Repare que o facto de aquele jornalista iraquiano mandar os seus sapatos contra Bush, revela toda a situação do Iraque. Por um lado, mostra que o Iraque já é um país livre. Pelo menos para atirar sapatos ao Bush. Repare que até na América, apesar de quererem muito, nunca ninguém tinha tido coragem para o fazer. Depois, o jornalista não conseguiu acertar. O que demonstra que ainda assim, é cedo para retirar as tropas americanas. Os iraquianos ainda precisam de tempo para afinar a pontaria. Acho que Bush deveria visitar o Iraque novamente daqui as uns meses…

J: Ok. Não o vou maçar com mais assuntos. Teremos oportunidade de voltar a alguns deles em próximas semanas. Mas vou terminar com algo que, imagino, não deve gostar muito: o Natal!
MT: Como é seu apanágio, está enganado. Gosto muito do Natal.

J: Isso não deixa de ser surpreendente…
MT: É das minha épocas favoritas.

J: Mas o que é que o faz gostar do Natal, é o espírito natalício?…
MT: Obviamente que não. O espírito natalício é todos os anos esfaqueado até à morte dentro de catedrais do consumo. A coisa mais abjecta da nossa civilização continua a ser a obscenidade da entrega de prendas a crianças ranhosas que se babam em cima de brinquedos que só vão ver nessa noite ao rasgar o papel de embrulho.

J: Mas este ano segundo os dados que temos, os portugueses estão a gastar menos...
MT: Estou muito contente por saber que esta gentinha toda este ano está tão miserável que finalmente deixaram-se de consumismos exacerbados. Pena é que continuem a comprar aquelas bugigangas chinesas asquerosas que ao fim de um tempo perdem a tinta ou ganham gordura nos cantos e tornam-se apenas bibelots de lixo e bactérias. Mas as pessoas sempre gostaram de viver no meio da porcaria…

J: Mas o que é que gosta no Natal?
MT: O que eu gosto mesmo, é da noite de Natal…

J: Ah! A reunião da família?...
MT: Se você tivesse uma família como a minha, onde entre outras alimárias se contam três alcoólicos, duas velhas neuróticas, uma tia perigosamente psicótica, um irmão esquizofrénico – o melhorzinho, de resto – e outro que é um perigoso homicida, percebia porque é que eu passo o Natal sozinho, muito obrigado.

J: Estou a ver…
MT: Não está, nem imagina. Mas posso dizer-lhe que guardo muitas boas memórias da noite de Natal.

J: Ah! Então junta-se com amigos em volta do bacalhau...
MT: Não seja palerma. Gosto do natal porque é a altura que anda toda a gente entretida com compras, fechadas em centros comerciais e assim não me chateiam. Até porque à distância, adoro ver pessoas desesperadas a correr de um lado para o outro como baratas tontas alternando entre a raiva pelas outras pessoas que os atrasam e o espírito natalício que é suposto terem. Muito perto do sindroma bipolar, maníaco-depressivo como um dos meus primos…

J: Então e o que faz na noite da consoada?
MT: É a altura ideal para passear pelas ruas, sozinho. Não se vê vivalma, não há ninguém para me chatear, não há palermas como você, de andar apressado ou a buzinar, rua abaixo, rua acima. É o paraíso.

J: Parece-me um pouco frio para passear...
MT: Em Porto Alegre, no Brasil? Não. Nesta altura do ano está sempre calor. Vou sempre no dia 23 e só volto no dia 5 de Janeiro.

J: Quer dizer que parte hoje?
MT: Exacto.

J: Bom Natal para si, Mauro Tristão.
MT: Curiosamente, a Natal não vou. Mas Bom Natal para si.

J: E Bom Natal também para aqueles que nos seguem. Até para a semana com o comentário de Mauro Tristão em directo do Brasil…
MT. "Em directo"... Você nem no Natal pára com as aldrabices…

18.12.08

Tem piada...



Há também uma versão "Benfica e o adeus à Uefa" aqui. Encontrei os dois aqui.

16.12.08

Comentário de Mauro Tristão ao BPP

Jornalista: O governo salvou o Banco Privado Português e assim impediu a falência daquele banco numa altura em que atravessamos uma crise mundial sem precedentes. Pergunto-lhe a si, Mauro Tristão, isto é uma boa notícia?
Mauro Tristão: É uma boa notícia, sem dúvida.

J: A sério? Acha que a salvação do BPP é uma boa notícia?
MT: Não. Referia-me à crise mundial sem precedentes. O que o governo fez com o BPP é um escândalo.

J: Quer explicitar?
MT: Antes de explicitar gostava de fazer uma declaração de interesses. Eu uso muito uma caixa de multibanco do BPP e a maioria das vezes a máquina está sem papel para dar talões e das outras vezes não tem dinheiro ou tem problemas técnicos. Pelo que, o meu ódio por tudo o que tenha a ver com este banco, é infinito. Isto, no entanto, não altera em nada a minha opinião sobre o assunto…

J: Muito bem. E qual é então a sua opinião sobre o assunto?
MT: Acho que o BPP devia ter ido à falência, os bens confiscados, balcões e sede destruídos e pulverizados com venenos potentes que não permitissem nunca mais, que crescesse sequer uma erva daninha em nada que tenha pertencido a essa casa de malfeitores com nomes esquisitos.

J: Nomes esquisitos?
MT: Nomes esquisitos pois! Rendeiro por exemplo. À partida, ter dinheiro num banco dirigido por um homem chamado Rendeiro, podia pensar-se que renderia. E rendeu. Mas para quem? Para o Rendeiro. Os senhorios, esses, ficaram a arder, e ficariam a arder com muito mais não fosse o caso de o estado pagar os estragos. Nos senhorios temos gente como Saviotti. Pergunto-me, quem é que tem um nome assim?

J: Os italianos.
MT: E que são os italianos conhecidos por?...

J: Por serem mafiosos?...
MT: É verdade, mas os italianos são sobretudo conhecidos por serem parvos – veja o Berlusconi –, e este Saviotti não foge à regra, tanto que se deixou enganar por um Rendeiro muita mais mafioso que ele. Isto explica tudo.

J: Mas não explica porque é que o governo decidiu salvar o BPP…
MT: Mas explico eu para que não se pense que este governo anda a salvar coisas, quando toda a gente sabe que este governo anda sim a destruir tudo, desde o sistema nacional de saúde, passando pelo sistema educativo até à auto-estima das crianças do primeiro ciclo que tem que usar um Magalhães todos os dias.

J: Então porque é que o governo salvou o BPP? Terá sido, como Teixeira dos Santos disse, porque isso afectaria a imagem de Portugal no estrangeiro?
MT: Isso não pega. Toda a gente sabe como é difícil a Portugal ter ainda pior imagem no estrangeiro onde somos conhecidos pelo ‘P’…

J: Pelo ‘P’?...
MT: Sim. De “PIGS” de Portugal, Italy, Greece e Spain. Teixeira dos Santos mentiu. O que não é novo.

J: É verdade, ele chegou a dizer que não existiam mais bancos em dificuldades.
MT: Mentiu e muito bem. É o trabalho dele. Os ministros das finanças o que não podem é dizer a verdade. Era o mesmo que o seu contabilista andar a contar a verdade sobre as suas contas. Gostava?

J: Não é que eu tenha nada a esconder, mas não gostava…
MT: Ora aí está. O segredo é a alma do negócio e no que toca a ministros das finanças, o negócio é o orçamento e a mentira é o segredo da alma. Se o ministro das finanças dissesse a verdade, o que ele dissesse passaria a ser falso só porque ele o disse. Percebe?

J: Não.
MT: Então, é porque me estou a explicar bem. Passemos à frente. E feche a boca. Vejamos então… O governo não salvou o BPP. É tudo uma farsa…

J: Uma farsa?
MT: Sim, uma farsa. O que o governo fez foi esconder a falência do BPP.

J: Quer explicitar?
MT: Quero.

J: Então, força.
MT: Força, não. Força faço eu na casa de banho. Faça favor…

J: Desculpe… Faça favor.
MT: Obrigado. O governo no fundo nacionalizou a falência ficando com os bens do banco e vai agora vender o banco aos bocados. Ninguém diz nada disto porque o banco é de ricos e é preferível fazer passar a ideia que o governo salvou um banco dos ricos. Mas é falso. Os ricos não dizem nada porque têm rabos de palha e ainda têm algum dinheiro lá encavado que não perderam. Mas este vai ser o banco que o Sócrates salvou. Quer o Rendeiro, quer o Saviotti entre outros vão ficar eternamente agradecidos a Sócrates e sabe o que isso significa?

J: Não.
MT: A par com o BPN e por causa desta crise financeira, significa que o estado já não vai ter que se vergar aos interesses económicos. O que é um escândalo.

J: Pensei que era bom.
MT: Nem pensar. Prevejo o pior. Qualquer dia deixamos de ter razões para acusar o estado de ser fraco e nesse dia arriscamo-nos a que ele se torne forte. E só há uma coisa pior que um estado fraco que se verga aos interesses económicos que é um estado forte que não se verga aos interesses económicos. Nessa altura vai-se vergar a que interesses? Nem quero imaginar…

J: Muito obrigado Mauro Tristão, o nosso pessimista de serviço. É tudo por esta semana. Para a semana, cheira-me que vamos continuar a falar de bancos…
MT: A mim também me cheira mal, mas como não tomo banho há uns dias pensei que fosse disso…

15.12.08

11.12.08

Sempre a trabalhar

Sketch aqui no blogue do colectivo.

8.12.08

Comentário de Mauro Tristão a Ronaldo


JORNALISTA: Bem vindo Mauro Tristão, o nosso pessimista de serviço, comentador de boas notícias. E a boa notícia é que Cristiano Ronaldo foi agraciado com a Bola de Ouro, distinção atribuída pela revista “France Football”. Depois de Eusébio e Figo agora Cristiano Ronaldo…

MAURO TRISTÃO: E depois?

J: O que pensa disto?
MT: Penso que é muito triste que seja um madeirense a ganhar este prémio.

J: Bom, mas Ronaldo é acima de tudo português…
MT: O Eusébio é que é acima de tudo português, apesar dos benfiquistas o reclamarem indevidamente. O Figo como toda a gente sabe é da fundação dele. O Ronaldo, no fundo, é de Alex Ferguson e não português.

J: Diz isso porque Ronaldo não mostra na selecção, o que mostra no Manchester…
MT: Olhe que você não é tão parvo como parece. Isso de resto apenas vem demonstrar que os portugueses só trabalham bem lá fora. Ou melhor, trabalham bem quando são mandados por estrangeiros, como aconteceu com Scolari e com Mourinho…

J: Mas o Mourinho é português…
MT: Então você acha que um homem com o sucesso de Mourinho alguma vez podia ser português? Não me faça rir. Até porque os tradutores não têm pátria. Mourinho é bobby-robsonense.

J: Tenho dúvidas... Mas voltando a Ronaldo. Qual é a razão do sucesso deste miúdo?
MT: Do puto?

J: Não ia tão longe…
MT: Então, a razão do sucesso… Ronaldo sabe usar a cabeça.

J: Está a falar do profissionalismo que ele demonstra…
MT: Não.

J: Desculpe. Está então a referir-se a ele também marcar golos de cabeça apesar de ser um extremo…
MT: Não. Refiro-me ao contrato que ele tem com o BES. De tanto repetir nos anúncios que sabe usar a cabeça, começou de facto a tentar…

J: E isso explica o sucesso?
MT: Não, isso explica os golos de cabeça e as putas. Mais tarde é que lhe explicaram que também podia usar a cabeça para pensar.

J: Quer dizer então que o segredo do sucesso de Ronaldo é o BES?
MT: Não. Quero dizer que o Alex Ferguson é que é o BES.

J: E acha que poderá estar para falir?
MT: Não, a rainha já o nacionalizou há algum tempo.

J: Talvez… Surpreendeu-se com este prémio?
MT: Não, porque Cristiano Ronaldo já demonstrou ter características que fazem dele merecedor de um prémio com este poder mediático.

J: E que características destaca em Ronaldo?
MT: Desde logo a capacidade para namorar cabeleireiras promovidas e meninas de centro comercial famosas.

J: Mas boas com’ó milho!?
MT: Então? Já chegámos à Madeira ou quê?

J: Por falar em Madeira, acha que Cristiano Ronaldo é a quinta essência da Madeira de Alberto João Jardim?
MT: Ainda bem que me faz essa pergunta, desde logo porque eu ficaria chateado se você não a fizesse quando eu lhe pedi expressamente para a fazer. Depois porque eu considero que sim. Repare que dos melhores jogadores do mundo, a maioria são de países do terceiro mundo, normalmente regimes despóticos, de tiranetes sul-americanos. Pelo que Ronaldo não foge à regra.

J: Devemos por isso agradecer Ronaldo a João Jardim?
MT: Devemos sobretudo agradecer Ronaldo ao insucesso escolar e também à miséria madeirense de que ele ainda jovem fugiu. A miséria sempre foi e há-de ser o terreno mais fértil onde medram os homens.

J: Medram os homens?...
MT: Neste caso nem tanto, é verdade, afinal estamos a falar de jogadores de futebol…

J: Obrigado Mauro. Ficamos por aqui.
MT: Não tem que agradecer porque faço isto por puro desprezo por mim próprio.

30.11.08

Comentário de Mauro Tristão ao BPN


JORNALISTA: Boa noite Mauro Tristão...

MAURO TRISTÃO: Como é que sabe que é noite se isto é um texto que só vai ser publicado por escrito num blogue obscuro e pode ser lido a qualquer hora do dia?

J: Bom, desculpe, mas tinha de dizer alguma coisa e...
MT: E nada, continue.

J: Antes de mais gostava de ouvir a sua reacção à detenção de Oliveira e Costa na sequência do caso BPN?
MT: É uma vergonha que só neste país é que acontece.

J: Mas o quê?
MT: Prenderem banqueiros que alegadamente cometeram fraudes.

J: Mas acha mal.
MT: Um escândalo. Os banqueiro não podem ir presos porque podem ir parar à mesma cela de um assaltante de bancos. Acha bem? Pergunto-lhe, acha bem?

J: Acho.
MT: Eu acho péssimo. Como toda a gente sabe, a prisão é uma escola do crime. De hoje para amanhã vamos ter assaltantes de bancos a chegar a um balcão e, em vez de pedirem o dinheiro, pedem um veículo especial numa offshore para desviar milhares de milhões de euros. Prevejo uma tragédia no futuro…

J: Bom e quanto à nota do Presidente da República a esclarecer a sua não relação com o BPN?
MT: Olhe, eu acho que há duas coisas que nunca se devem fazer em política. Uma, é não fazer nada. E a outra, é fazer alguma coisa.

J: Como assim?
MT: Por um lado foi um erro por parte de Cavaco…

J: Mas por outro lado...
MT: Seria um erro se não o tivesse feito.

J: Então que podia ter feito Cavaco Silva?
MT: Olhe, podia ter fingido que ia dizer alguma coisa sobre o assunto e depois podia falar sobre a confecção de bolos-rei.

J: Bolos-rei?
MT: Porque não? Vem aí o Natal…

J: Não me parece grande ideia... Mas porque acha que Cavaco sentiu necessidade de fazer este esclarecimento preventivo?
MT: É óbvio que com tanta movimentação em torno do BPN e dos seus administradores cavaquistas, mais tarde ou mais cedo, a questão iria colocar-se: o que é que Cavaco tem a ver com isto? Nessa altura, ele teria de vir muito incomodado dizer que não tem nada a ver com o assunto. Que ponto final e fim de assunto. E assim, toda a gente ficava a saber que ele tinha.

J: Mas se ele dizia que não tinha…
MT: Toda a gente sabe que quando um político diz que não tem nada a ver com um escândalo, é porque tem. Veja o caso do Dias Loureiro… Até porque se não tivesse nada a ver com o assunto, há muito que o teria dito.

J: Então foi por isso que Cavaco veio já dizer que não tem nada a ver com o assunto?
MT: E porque o fez, ou seja, por A mais B, percebemos agora. que Cavaco está até ao pescoço nisto do BPN.

J: Mas acha que Cavaco tem mesmo alguma coisa a ver com o BPN?
MT: Claro. Se não tivesse, por que razão havia o presidente de vir desmentir uma mentira que ainda não existe? Só porque os jornalistas não paravam de fazer perguntas a toda gente? Incluindo ao senhor Armando que é segurança no balcão do BPN de Oliveira de Azeméis? Não me parece. Para mim é claro como a água que Cavaco quer esconder alguma coisa.

J: Mas ele disse expressamente que não tem nada a ver com o assunto...
MT: Repare que falar antes de tempo foi considerado um suicídio para Carlos Cruz.

J: O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
MT: Tudo. Há mesmo que perguntar: o que é que Cavaco Silva tem a ver com o processo Casa Pia?

J: …
MT: Pergunte!

J: Ah, desculpe, desfaleci por momentos. O que é que Cavaco Silva tem a ver com o processo Casa Pia?
MT: Não sei. Ele nunca o desmentiu.

J: Mas por que é que ele haveria de desmentir uma coisa quando ninguém falou dela...
MT: Está agora a perceber onde eu quero chegar?

J: Sim, mas Cavaco não tinha nenhuma ligação com o processo Casa Pia.
MT: Tinha com Carlos Cruz.

J: Com Carlos Cruz?
MT: Claro. Olhe, eu pessoalmente conheço o Cavaco Silva da televisão. E de onde é que eu conheço o Carlos Cruz? Da televisão também. Eles andam lá os dois, por mim estão metidos um com o outro?

J: Não me parece, mas...
MT: E digo-lhe mais. Se Cavaco Silva se quer distanciar dos escândalos dos amigos, porque é que ainda não se distanciou de Manuela Ferreira Leite?

J: Como assim?
MT: Ou será que Cavaco também acha que se devia suspender a democracia por seis meses? E quem é que ficaria a mandar nisto tudo nessa altura? O homem do leme? Está a ver onde eu quero chegar?

J: Estou, mas...
MT: E mais. E este problema com os professores, de quem é a culpa?

J: Bom, não sei, vou arriscar: de Cavaco Silva...
MT: Exactamente. O que é Cavaco Silva? É um professor, logo é ele que está por trás dos sindicatos a provocar estas manifestações contra o Governo.

J: Não me parece. Como é que pode afirmar isso?
MT: Como é que posso? Por duas razões óbvias. Por um lado ele nunca o desmentiu. Por outro, alguém tem de estar. Porque uma classe profissional que não consegue fazer uma avaliação por causa da burocracia, nunca conseguiria organizar uma manifestação por causa da confusão que são os horários do autocarros.

J: Bom, muito obrigado. Foi o comentário de Mauro Tristão, o nosso pessimista de serviço.

(Editado em 08.12.08)

27.11.08

25.11.08

Actualidades

(No âmbito do exercício de rádio do curso de humor, mas não saíram grande coisa...)

A cimeira do G20, que teve lugar em Washington, serviu para debater a crise mundial e apontar as medidas necessárias para a combater. Para evitar a ideia que se tratou de uma festa de ricos em plena depressão económica, os representantes dos países optaram por comer sopa de pacote e atum em lata da Bom Petisco fornecido por Durão Barroso.

Governo anunciou que iria anunciar para breve um anúncio. A oposição já reagiu criticando o anúncio do Governo que devia era governar e não anunciar. Pelo menos é o que consta do anúncio da oposição.

Acusado de não ajudar as pessoas, o Governo iniciou vários programas de apoio social. A oposição já reagiu, criticando duramente o governo pela sua tendência socializante de ajudar as pessoas que precisam. “Uma vergonha”, terá dito Manuela Ferreira Leite, “fazer exactamente o que eu disse que era preciso fazer. Este governo a roubar ideias políticas parece o Paulo Branco a roubar ideias para festivais de cinema no Estoril”, terá dito.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerado até pela oposição como um pilar da estabilidade deste governo, foi considerado pelo Finantial Times como o pior ministro das finanças da Europa, devido ao desempenho económico do país. Manuel Pinho partiu-se a rir.

Depois de um ano de investigações, Polícia Judiciária começou a chamar os boys pelos nomes.

O Governo vai vender ou arrendar a sede do Ministério da Defesa. O edifício, localizado no Restelo, conta com inúmeras assoalhadas, boas áreas, água corrente, vista magnífica sobre o Tejo e inclui um edifício anexo, dois generais no activo e um brigadeiro na reforma que se ajeita com a jardinagem. Contacta o próprio… o Governo.

A Ordem dos Médicos recusou as críticas da Direcção Geral de Saúde, segundo as quais os médicos prescrevem demasiados antibióticos. Adiantando que a culpa é dos farmacêuticos que vendem os medicamentos, porque os médicos limitam-se a preencher os cupões para ganhar as viagens ao Brasil. A colóquios e solilóquios de medicina e também algumas prostitutas.

Sócrates considerou que os últimos dados do desemprego são melhores do que o esperado. Estava à espera de bem pior, terá dito. Manuel Pinho partiu-se novamente a rir.

Manuela Ferreira Leite quer interromper a democracia durante seis meses, numa espécie de intervalo para publicidade, mas em vez de anúncios quer fazer reformas. Porque diz não ser possível fazer reformas em democracia. Salazar foi ouvido a bater palmas na tumba.

Manuela Ferreira Leite pode ter contraído um vírus político raro que dá pelo nome de Táctica Santanista. A actual líder do PSD poderá ter contraído o vírus quando uma vez cumprimentou Pedro Santana Lopes, apertando-lhe a mão. Lembramos que esta doença venérea foi iniciada exactamente em Santana Lopes. Os sintomas são diarreia verbal e o paciente tende a enterrar-se à medida que vai falando.

Ferreira Leite quer ressuscitar Salazar para este vir reformar o país durante seis meses. A oposição alerta para o facto de na última vez o fulano também só ia resolver uns problemazitos e ficou lá 40 anos. Na rua já só se ouve que isto precisava era de uma Ferreira Leite em cada esquina.

Mano-a-mano

(Ainda para o exercício de rádio do curso de humor. O texto é meu, a ideia não sei quem a deu...)


ENTREVISTADOR
O Mano-a-Mano de hoje é dedicado ao caso da nacionalização do BPN. Connosco temos os manos Paulo Portas e Miguel Portas, muito boa noite aos dois. A minha primeira questão é, como é que isto pôde acontecer?
PAULO
Está-me a perguntar a mim?
ENTREVISTADOR
A um qualquer, quem quer começar?
PAULO
Comece o mano que está sempre a queixar-se que eu não o deixo falar.
MIGUEL
Não, começa tu que estás sempre com a alta finança.
PAULO
Ora essa. Comece o mano que até gosta de nacionalizações.
MIGUEL
Começa tu, que neste escândalo, pelo menos, não há ninguém do teu partido. Eram todos do PSD…
PAULO
Tu não me faças passar vergonhas outra vez. Já me basta ter que te aturar fechado na casa de banho a fumar ganzas a noite toda, nas minhas festas de aniversário.
MIGUEL
Sabes bem que a casa de banho nas tuas festas de anos está sempre ocupada.
PAULO
Bom, então começo eu. A culpa é do Governador do Banco de Portugal que devia demitir-se.
MIGUEL
Dizes isso porque ele ajudou este governo a destapar o défice que o teu governo tinha varrido para baixo do tapete.
PAULO
Tu andaste outra vez a levantar os tapetes em minha casa?
MIGUEL
Já te disse que não. Foi só daquela vez.
PAULO
A verdade é que isto aconteceu nas barbas do governador. O próprio governo deixou que tudo acontecesse só para poder nacionalizar um banco e agradar assim à esquerda. Não vê o sorriso na cara do meu mano.
MIGUEL
A mim toda esta situação causa-me algum engodo.
ENTREVISTADOR
Engodo?
MIGUEL
Sim, engodo. A mim parece-me que a culpa foi dos que estiveram à frente do banco. Eu sou a favor das nacionalizações, mas como deve compreender não posso apoiar uma coisa que o governo fez.
ENTREVISTADOR
Então e que argumento escolhe para não apoiar?
MIGUEL
Bom, estava aqui a pensar contar-lhe uma nacionalização semelhante, que eu vi no interior do Deserto de Gobi, de um rebanho de ovelhas. Sabe que eu viajo muito? Mas optei por outro argumento. Com as indemnizações previstas na lei, esta nacionalização é quase um prémio do governo aos accionistas e ex-administradores do banco. A todos os ex-políticos do PSD que estiveram à frente do banco e que para lá levaram as mesmas práticas que sempre tiveram na administração pública.
ENTREVISTADOR
Práticas, que práticas?
MIGUEL
Boa gestão para os bolsos dos próprios e muitos crimes.
ENTREVISTADOR
Paulo, também acha que os verdadeiros culpados são os administradores que estiveram à frente do banco?
PAULO
Claro. Sobretudo é culpa de Miguel Cadilhe que é um queixinhas. Foi contar tudo à Procuradoria Geral da República e ao banco de Portugal quebrando assim, o pacto inter-bancário de nunca dizer a verdade ao Vítor Constâncio. Coisa que toda a gente cumpre.
ENTREVISTADOR
Muito rapidamente, já temos pouco tempo. Paulo o que espera desta nacionalização e da lei das nacionalizações.
PAULO
Espero que o governo não comece agora a nacionalizar a torto e a direito bancos de jardim e bancos de esperma como é o que parece que esta lei deixa antever.
ENTREVISTADOR
Mas acha que algum banco de esperma pode falir.
PAULO
Com jeitinho, um banco de esperma nunca vai à falência. Vá por mim.
ENTREVISTADOR
Miguel, parece-lhe que o governo vai continuar a nacionalizar.
MIGUEL
Não me parece que vá, mas devia. Desde logo podia nacionalizar o próprio governo que só está ao serviço dos privados e depois podia nacionalizar a minha barbearia.
ENTREVISTADOR
Mas o Miguel tem uma barbearia.
MIGUEL
Não, mas manter-me de cabeça rapada sai-me uma fortuna numa barbearia privada.
ENTREVISTADOR
Obrigado aos dois. E foi mais um Mano-a-Mano com os irmãos Portas.

Pessimista-Mor

Este é o personagem:
Mauro Tristão, o Pessimista-Mor do Reino
Comentador especialista em boas notícias
Não muito baixo e quase gordo com um olhar triste mas ligeiramente surpreendido. Cabelo negro com risco ao lado, mas desgrenhado e já meio careca, barba por fazer, uma verruga grande na cara e olheiras enormes. Sempre suado e gorduroso, veste camisa de manga curta aberta que deixa ver uma camisola interior de alças das que tem os furos de ventilação muito largos, com alguns pêlos do peito a passarem pelos furos e pelo decote, tudo desfraldado e uns calções curtos às riscas verticais.
Sempre a fumar, sentado de lado numa cadeira, à mesa da cozinha onde está pousado um copo de vinho meio, uma garrafa de vinho de mesa, os cigarros, o cinzeiro e um prato com um queijo ressequido. Tem um nas costas da cadeira e outro sobre a mesa.

Esta é a primeira intervenção (no exercício de rádio do curso de humor):

ENTREVISTADOR
A eleição de Barak Obama foi recebida um pouco por todo lado como uma boa notícia para o Mundo. E por isso temos connosco o nosso comentador de boas notícias, Mauro Tristão, o Pessimista-Mor do Reino. Antes de mais queria perguntar-lhe como viu esta eleição nos Estados Unidos da América?
MAURO TRISTÃO
Vi mal. Vi muito mal.
ENTREVISTADOR
Mas o que é que lhe desagradou?
MAURO TRISTÃO
O fumo e depois estava muita gente à frente da televisão e eu quase não vi nada.
ENTREVISTADOR
Mas e da eleição em si?
MAURO TRISTÃO
Repare, isto não foi bem uma eleição, isto foi um concerto de rock. Ou acha normal os miúdos levantarem-se para ir votar? Quem elegeu esse tal de Obama foram os miúdos americanos, que como nós sabemos são mais incultos ainda que os pais. Deviam pensar que iam à urna de voto ver um concerto do Obama Hendrix. Devem ter tomado alguma coisa antes das eleições … Eu sei lá. Mas o certo é que ficaram a ver um mundo colorido. E daltónico porque só assim se explica que os americanos tenham eleito um negro. Porque como se sabe os americanos são mais racistas que os skinheads das claques do Benfica que são fãs do Eusébio.
ENTREVISTADOR
Mas foi um dia histórico?
MAURO TRISTÃO
Nem pensar, foi antes um dia negro.
ENTREVISTADOR
Isso já é um problema de raça?
MAURO TRISTÃO
De raça? Eu não sei dizer que raça é Barak, não sei se é preto, não sei se é branco, se é muçulmano ou se é da raça do Michael Jackson.
ENTREVISTADOR
E que raça é essa?
MAURO TRISTÃO
Sei lá, nem quero saber, a mim não me importa a raça.
ENTREVISTADOR
Muito bem. Barak Obama prepara-se para assumir a presidência e eu pergunto-lhe o que é que se pode esperar de Obama?
MAURO TRISTÃO
Tudo.
ENTREVISTADOR
Como tudo?
MAURO TRISTÃO
Eu sei lá. Quem não nos garante que Obama é muçulmano? O nome completo dele é Barak Hussein Obama, ora a mim soa-me a nome de muçulmano. E a si não soa? A mim soa. Se não parece muçulmano… Barak Hussein Obama… Barak Hussein… Buraca Som Obama… Enfim, parece uma manobra de kuduro.
Barak, barak, barak…
Bom e depois é um homem sem qualquer experiência de estado. Repare que Barak nunca foi presidente antes, portanto não percebe absolutamente nada do assunto.
ENTREVISTADOR
George Bush quando ganhou em 2000 também não tinha sido presidente.
MAURO TRISTÃO
E veja o que ele fez! Desculpe, mas isso é um péssimo exemplo. E depois o Bush era filho de um presidente e isso, para mim como sou monárquico, conta muito.
ENTREVISTADOR
É monárquico?
MAURO TRISTÃO
Sou.
ENTREVISTADOR
Porquê?
MAURO TRISTÃO
Porque tenho garantias suficientes que nunca voltaremos a ter uma monarquia e assim nunca me irão chatear a dizer que a Monarquia não funciona.
ENTREVISTADOR
Mas que garantias tem que isso nunca irá acontecer?
MAURO TRISTÃO
Tenho o D. Duarte vivo.
ENTREVISTADOR
Pois… Mas voltando a Obama, ele tem a fama de que se consegue rodear de pessoas inteligentes e competentes e isso pelo menos viu-se na campanha. Tomando como boa a governação de Obama, não acha que é bom para a América e pelo menos um bom sinal para o Mundo?
MAURO TRISTÃO
Se Obama governar bem?
ENTREVISTADOR
Sim.
MAURO TRISTÃO
Péssimo sinal para o Mundo. Se governar bem, vai ser bom para a América, de facto. Mas repare que quando a América faz bem a si própria quem sofre é o mundo inteiro. O mundo inteiro e isso já incluí, um pouco contra minha vontade, Portugal. Os americanos a única coisa que souberam sempre fazer, foi roubar e conservar a riqueza. Ao contrário de Portugal que quando foi império só sabia roubar e esbanjar a fortuna. Olhe, como a minha família, por exemplo.
ENTREVISTADOR
Ok, não precisamos de tanta informação. Mas não é verdade que quando a América está bem, o mundo costuma estar bem.
MAURO TRISTÃO
Não. Para o Mundo estar bem é porque normalmente a América está a divertir-se em festas de arromba como os Óscares ou como a final de um desporto que eles chamam futebol mas que consiste em correrem uns para os outros como se fossem touros e depois têm uma bola para distrair as pessoas.
ENTREVISTADOR
Sim, mas a América neste momento com esta crise está mal…
MAURO TRISTÃO
Mal, não, nada disso. Ainda pode piorar muito. O mundo é que já está muito mal só por isso. E repare que no século passado para se livrarem de uma crise destas teve de haver uma guerra mundial. Por isso, não é para ser pessimista, mas prevejo uma terceira guerra mundial para muito breve.
ENTREVISTADOR
Para quando?
MAURO TRISTÃO
Não sei, mas digo já que se for para a semana eu não vou poder vir aqui ao programa porque tenho umas coisas para fazer.
ENTREVISTADOR
Coisas? Que coisas?
MAURO TRISTÃO
Compras.
ENTREVISTADOR
O que é que vai comprar se começar uma guerra mundial?
MAURO TRISTÃO
Aperitivos. Amendoins e assim…
ENTREVISTADOR
Porquê?
MAURO TRISTÃO
Vou dar uma pequena festa só para amigos íntimos. Olhe você está, desde já, convidado.
ENTREVISTADOR
Obrigado, mas não. Bom e foi o comentário de Mauro Tristão, o pessimista-mor do reino.

13.11.08

Recordar é viver #1

Toma! Em nome de Cristo...

Monges arménios e padres gregos, apesar de igualmente cristãos, dão-se tão bem como palestinianos e israelitas. No amor de Cristo, claro.
A tradição diz que, na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, um dos lugares mais sagrados do mudo, periodicamente haja porrada de meia-noite a qualquer hora. O meu Cristo é melhor que o teu. Nham, nham, nham, nham, nham.
As seis seitas cristãs que gerem a igreja lutam, de forma demasiado literal, por cada centímetro de poder ao ponto de não serem sequer credíveis para guardar as chaves da igreja, tarefa atribuída, ironia das ironias, a duas famílias muçulmanas.
A mais recente bendita zaragata começou com uma procissão que rapidamente se tornou numa fila de trânsito com choques em cadeia. O barulho das sagradas punhadas não deixou ouvir, mas fonte bem colocada afirma que, por momentos, Jesus voltou da ressurreição ao sepulcro só para dar duas voltas na tumba.
O problema nestes episódios é sempre a primeira chapada. A partir daí desata tudo a dar a outra face e os religiosos para não parecerem malcriados têm que começar a distribuir bolachadas como se estivessem a dar a comunhão.
Tudo pelo amor de deus! Obviamente. Até porque é preciso lutar por Cristo. Embora não tão literalmente, é verdade, mas isto serve também um propósito. Tratam-se de religiosos que passam a vida em oração, confissão e comunhão. Ora acontece que com uma vida destas não é possível ter pecados. Logo a confissão é uma seca tremenda. Segundo um monge de cruz na mão a arrear num barbudo grego, “o objectivo é ter pecados para confessar”, adiantando que “é muito desagradável para nós chegarmos ao confessionário e termos que confessar que não temos pecados nenhuns porque passamos o tempo aqui fechados num sepulcro”.
Pelo que estes arraiais de porrada são normais. É a forma que eles têm de passar o tempo e quebrar um pouco a monotonia. É que parecendo que não aquilo é um velório constante.
Ou ainda, de forma mais cândida: os arménios não gostam dos gregos e por isso, sempre que têm oportunidade, molham a sopa e arreiam neles.
Instalada a guerra santa, chamou-se os profissionais e a polícia israelita interveio, distribuindo irmãmente cachaporra entre os fiéis para que no final, a culpa, como sempre, seja dos judeus.

10.11.08

Inquérito "à la" IP

Já andou de comboio na linha do Tua?













Cidadão anónimo

Pessoa com a consciência muito elevada
Essa nunca snifei. Mas ouvi dizer que é linda.














Nazário Capelo de Rêgo

Único gay assumido de Trás-os-Montes, Alto Douro e Minho
Do tua, da minha, sei lá, adoro comboios assim há maneira antiga, duros, rudes e que nos deixam o corpo dorido. Mas nesse nunca andei, porque não gosto de morrer. E acho um bocado piroso morrer no Tua.











Angélico da Conceição

Optimista que mora entre o Tralhão e a Brunheda
Todos os dias. Não tenho medo. Num ano morreram apenas 4 pessoas. Mas veja que é um sitio com poucas estradas, onde há poucos acidentes de viação e as pessoas aqui têm tanto direito a morrer ao serem transportadas como qualquer outro português.














Durbalino Sacamoles

Autarca ali de perto
Eu sou uma pessoa Tua cá, Tua lá. Sim, morreram pessoas, mas é ou não é um sitio lindo para morrer? Estamos a pensar lançar um novo slogan turístico: “Crise Mundial? Não amua, vem morrer no Tua.”

Destruição de chavões

Os amigos são para as ocasiões.
Os amigos são para as obstipações.

Podem começar a comer, que isso frio perde a piada.
Sei do que falo que a minha mulher é uma pessoa muito fria.

As crianças são o melhor do Mundo.
E o pior do Carlos Cruz.

Há mar e mar, há ir voltar.
A amar e a amar, há vir e voltar-se.

Já está a ficar frio mas também já é tempo dele.
Já está a ficar frio mas também já é tempo de nos vermos livres do corpo porque também já cheira mal.

Que ganhe o melhor.
Que ralhe o “menhor”.

Coitadinho, foi para um sítio melhor.
Picadinho, foi para um sítio do senhor.

O cão é o melhor amigo do homem.
Quando não ataca ferozmente pelos fundilhos das calças e lhe trinca violentamente as nádegas até fazer dói-dói.

Grão a grão enche a galinha o papo.
Cão a cão enchem várias galinhas o papo.

Com o mal dos outros posso eu bem.
Desde que não seja muito pesado.

Nacionalização do BPN

O desafio era escrever a mesma (falsa) notícia para dois meios diferentes (Expresso/24 horas). Foi um exercício de aula que só revi ligeiramente.

Expresso
Sócrates na última curva antes das eleições vira à esquerda e oferece banco aos portugueses
O BPN foi a mais recente instituição gerida por ex-ministros e ex-secretários de estado a atingir a perfeição: desmaterializou-se, tal como antes tinha acontecido com a Universidade Independente. Para esta nacionalização contribuíram as queixinhas de Miguel Cadilhe que contou tudo à Procuradoria Geral da República e a Vítor Constâncio quebrando assim, o pacto inter-bancário de nunca dizer a verdade ao Governador do Banco de Portugal.
Teixeira dos Santos foi claro ao explicar a razão da decisão do Governo afirmando: um familiar meu tem lá o crédito à habitação e eu sou coleccionador de moedas do euro.
As reacções dos partidos da oposição não se fizeram esperar e o CDS-PP anunciou desde já que tomaria uma decisão urgentemente. No PSD, Paulo Rangel foi mais contido, primeiro vai ver quanto é que tem na conta do BPN e depois diz alguma coisa. O PCP só acredita na nacionalização depois de a ver.

24 Horas
Sócrates já conseguiu comprar um banco à custa de vender o Magalhães onde quer que vá
O Governo anunciou a nacionalização do Banco Português de Negociatas, um banco de ex-políticos que levaram para o privado as práticas que tinham na administração pública: boa gestão para os bolsos dos próprios e muitos crimes. Embora o Governo tente explicar as razões excepcionais para esta nacionalização, a oposição à direita não acredita. Teme-se que Sócrates caia na tentação de agradar a Manuel Alegre e comece a nacionalizar a torto e a direito, bancos de jardim e bancos de esperma. À esquerda, Jerónimo de Sousa já disse que é apenas um bom princípio e que espera agora que o Governo tenha coragem de avançar para a Reforma Agrária.

Este blogue está meio abandonado...

... estava. Voltei. Apesar de estar coxo de um participante, de não ter celebrado o quinto aniversário (Setembro passado), este blogue não morreu e está vivo. Mas o trabalho e a perguiça à Grande tomaram-me conta do corpo e do juízo. Para compensar, vou desepejar algum trabalho que tenho feito.
Abaixo os cépticos. Viva o Obama.

21.10.08

Avisos paroquiais

Chegou-me em powerpoint (assinado com www.powerpoints.org) há já algum tempo. Foi ficando no meu desktop e de cada vez que ia ver o que era aquilo, relia e voltava a chorar a rir. Por isso não resisto a partilhar. Passei a texto e alterei a ordem de alguns avisos.

AVISOS PAROQUIAIS
Santa inocencia, ingenuidade ou criatividade?
Sao avisos fixados na porta da Igreja paroquial de Belmonte, todos eles reais, escritos com muito boa vontade e muito má redacção…

Para todos os que tenham filhos e não o saibam, temos na paróquia uma área especial para crianças.

Quinta-feira que vem, às cinco da tarde, haverá uma reunião do grupo de mães. Todas as senhoras que desejem formar parte das mães, devem dirigir-se ao escritório do pároco.

Lembrem-se que quinta-feira começará a catequese para meninos e meninas de ambos os sexos.

Na sexta-feira às sete, os meninos do Oratório farão uma representação da obra “Hamlet” de Shakespeare, no salão da igreja.
Toda a comunidade está convidada para tomar parte nesta tragédia.

O torneio de “basquet” das paróquias vai continuar com o jogo da próxima quarta-feira.
Venham aplaudir, vamos tentar derrotar o Cristo Rei!

O mês de Novembro finalizará com uma missa cantada por todos os defuntos da paróquia.

Por favor, coloquem as vossas esmolas no envelope, junto com os defuntos que desejem que sejam lembrados.

Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência.
É uma boa ocasião para se livrarem das coisas inúteis que há nas suas casa. Tragam os seus maridos!

O coro dos maiores de sessenta anos vai ser suspenso durante o verão, com o agradecimento de toda a paróquia.

Lembrem nas suas orações todos os desesperados e cansados da nossa paróquia.

O preço do curso sobre “Oração e jejum” inclui as comidas.

As reuniões do grupo de recuperaçao da autoconfiança são nas sextas feiras, às oito da noite. Por favor, entrem pela porta traseira.

Assunto da catequese de hoje: “Jesus caminha sobre as águas”
Assunto da catequese de amanhã: “Em busca de Jesus”

Na próxima terça-feira à noite haverá uma feijoada no salão paroquial.
A seguir, terá lugar um concerto.

5.10.08

O espectáculo vai continuar

Em Novembro, os americanos serão chamados às urnas para escolher entre o inexperiente Barak Obama e um velho que não consegue levantar os braços à altura dos ombros chamado John McCain. Obama é considerado um intelectual elitista do género Latte – ou seja menino copo de leite com café do Quénia do lado do pai. Discursa como um pregador preto, fala como um branco literato e mete medo como um verdadeiro Hussein – o seu nome do meio. Já McCain foi prisioneiro de guerra e tem idade para ter inventado a própria guerra, na altura ainda com paus e pedras. Por isso mesmo, há quem diga que ele é quem está melhor posicionado para travar a guerra do Iraque, a terceira guerra mundial e mesmo a quarta, que como Einstein disse um dia, será com paus e pedras.
O problema reside porém na grande diferença partidária destas eleições: o Partido Democrata através de Obama aposta na esperança, “a última a morrer”, enquanto o Partido Republicano aposta em McCain, o primeiro a finar-se.
Para trás ficou uma luta renhida entre Obama e Hillary Clinton. Por um lado o primeiro negro candidato à presidência e por outro a mulher que casou com o presidente mais negro da história da América... segundo Mónica Lewinsky.
Mas se nas primárias tudo parecia definido – McCain era um republicano desalinhado com cara de defunto e Obama um democrata anti-sistema preto o suficiente para assustar os velhinhos norte-americanos – assim que se passou à campanha propriamente dita, tudo mudou. Os candidatos alteraram o discurso, Obama foi buscar um velho branco para vice-presidente e McCain foi buscar uma cabra, perdão, uma cara linda ao Alaska. Mostrando assim que Obama deveria ter convidado Hillary para número dois. Os americanos ainda estão a sofrer pela impossibilidade de ver Hillary e Pallin a lutar na lama... que é uma campanha nos Estados Unidos da América.
A mudança é a palavra chave destas eleições e há já muitos americanos a pensarem mudar-se para outro país. A esquerda mundial está perplexa: Bush invadiu países, limitou as liberdades individuais e destruí a economia de mercado americana até ao tutano – tudo o que eles gostariam de ter feito e nunca conseguiram. Na verdade, George Bush após dois mandatos em que foi caluniosamente apelidado de fascista, revelou agora a sua verdadeira natureza ao mostrar que no fundo é um marxista-cowboyista, tendo já nacionalizado mais empresas que Hugo Chávez.
O estado da economia americana é caótico. O cenário é tão negro, tão negro, mas tão negro que os americanos estão seriamente a considerar eleger Obama. Para a Casa Branca...
No dia 4 de Novembro, os americanos vão ter que escolher se querem que fique tudo na mesma com McCain, se preferem que tudo mude com Obama ou se deixam os chineses executar a hipoteca e entregam o país à China que não fez um mau trabalho na organização dos Jogos Olímpicos. Afinal, a América não passa de um grande espectáculo.

Nota: Texto livre no âmbito de um curso de escrita para humor que estou a fazer

3.10.08

Escrevo tão mal que até tenho que pagar a renda no final do mês

Quero que saibas

Uma emancipação

Casa com uma gaiola

Da alma consumida de si

Câmara de todos os temores

De todos os amores

Lisboa quero que saibas…

24.9.08

Da telepatia

Se alguém me conseguisse ler os pensamentos, primeiro rir-se-ia. De mim. Depois ficaria preocupado. Finalmente ficaria traumatizado. E logo a seguir, passava-lhe.

17.9.08

Da ascensão social XXI

Quando finalmente entraram pelas portas do clube dos ricos para fazerem a inscrição, nem desconfiavam que o que estava na moda lá dentro era viver como os pobres.

11.9.08

Do caçador

Estava tão habituado a caçar rolas que quando caçava lebres não parava de olhar para o céu.

7.9.08

Das vacas

Quando as vacas estavam gordas, ai! que a vida vai mal. Quando as vacas emagreceram, ai! que é o fim do mundo. Quando as vacas morreram, ai! que sorte a minha!

3.9.08

Ladrão que rouba ladrão tem mais 50 anos de petróleo

Não sei porquê esta preocupação repentina com os assaltos nas bombas de gasolina. Isto é uma coisa que já vem acontecendo desde há algum tempo. Desde que o petróleo começou a subir.

2.9.08

Actualidades

A melhor maneira de fazer oposição até pode ser mantendo o silêncio mas Manuela Ferreira Leite tem de falar de vez em quando para sabermos que não morreu ainda.

O Gustavo, uma tempestade tropical? Fidel afirma que quando ele saiu de Cuba era um furacão de alta categoria. Quatro mais precisamente.

Dantes havia a silly season, agora há a violent season. Os media confirmam que vende melhor.

A Rússia invadiu a Geórgia e eu sinto-me à vontade para invadir a Jórgina. Assim que lhe encontrar a Ossétia do Sul.

1.9.08

Este blog está a recomeçar...

... mas leva tempo porque o motor foi a arranjar ao Alentejo. É possível que amanhã haja coisas novas. Mas não há garantias.

16.8.08

Coisas silly

O que é um piso radiante?
É um piso que está bem com a vida?
É um piso feliz?
É um piso apaixonado?
É um piso realizado?

23.7.08

Crónica de um homem objectivo

(Para ler nas férias)

Enquanto escrevo, a campainha toca desalmadamente. É a minha futura ex-mulher, também ela sem alma alguma… Parou. Deve ter desistido. Não para de me incomodar. Às vezes penso que o juiz é que tem razão e eu devia mesmo devolver-lhe a casa.
Não sei bem porque isto acabou assim. Eu até gostava dela. Ela era perfeita para mim. Acho que no fundo, o problema, é que eu nunca acreditei na perfeição. E depois ela sempre foi uma mulher muito fria e não lhe vi melhoras nenhumas com esta história do aquecimento global.
Tive várias namoradas antes dela, mas só casei com esta. Se soubesse o que sei hoje, tinha-me casado com todas. Até porque o divórcio é o fim ideal para qualquer casamento. Muito melhor do que a morte porque pelo menos continuamos vivos.
Divorciei-me dela porque já não estava a dar. Ela queria ter filhos e eu tive de lhe explicar que as pessoas para terem filhos precisam de ter condições para os ter. Ela insistiu que nós tínhamos condições para pelo menos dois filhos. E eu perguntei-lhe: “Então porque é que havemos de estragar essas condições?…” Mas fiquei com a ideia que ela não me percebeu.
Chateámo-nos de vez por causa da TV. Para as mulheres, as duas melhores invenções de sempre, foram a televisão – a maior rede de calhandrice do mundo – e o televisor 16:9 porque é “lindo”. Especialmente, com a imagem 4:3 esticada a toda a largura. À grande! Nunca, nada aumentou tanto a auto-estima das telespectadoras. Todas as gajas da TV ficaram de repente tão gordas quanto a minha mulher passou a achar que é normal ser. Mas eu, ao contrário de toda a gente que eu conheço, gosto de ver a televisão com algum sentido de proporção. Detesto que a televisão se torne desproporcional. Para isso já bastam os programas e as notícias.
Verdade seja dita, quem a engordou fui eu. Sou eu, quem cozinha cá em casa. Hoje em dia, gosto de cozinhar. Aprendi a cozinhar por causa dela. Ela era meio anoréctica quando casámos. Um dia fartei-me da “salada de poucochinho” e fui à cozinha e disse-lhe: “Miúda, eu cozinho aqui, tu cuzinho, mas no quarto.” Ela só concordou com a primeira parte do acordo e até começou a gostar dos meus cozinhados. A porca no primeiro mês, engordou 20 quilos! O que não era difícil, porque quando começámos a namorar ela não pesava mais de trinta quilos, mamas incluídas. Eu, menos de trinta não toco. Ou está para morrer ou é pedofilia e prefiro não arriscar.
Hoje em dia, até acho mal que os homens mandem as mulheres para a cozinha e se ponham na sala a ver televisão e a beber cerveja. Desde logo porque a cerveja fresca está na cozinha! Lá também há televisão e depois, as mulheres hoje em dia, já não sabem cozinhar! No fundo, já não há mulheres como antigamente. Quer dizer, haver há, só que estão velhas…
Por isso mesmo acho que as mulheres deviam sair da cozinha. Os homens deviam, pelo menos, deixá-las ir à sala de vez em quando. E deviam levá-las à rua. Nem que seja para fazer as necessidades, que elas estão sempre aflitas quando saem… Tenho um vizinho que leva o cão à rua todos os dias e a mulher apenas uma vez por semana. Parecendo que não, isso não faz muito sentido.
Olha! Lá está ela a tocar… Está na rua a tocar porque eu mudei as fechaduras todas…
Tive de acabar com ela. Ela engordou de mais. Parecia o Fernando Mendes… Ainda a tentei vender por um preço certo, mas ninguém me quis ficar com ela.
Ainda me lembro quando a vi pela primeira vez. Gostei logo dela. Conheci-a numa esquina. Literalmente, é verdade. Mas eu nunca acreditei que ela andasse a atacar. Ela, não. Lembro-me que tinha sempre um grande decote e muitos homens de volta dela. É engraçado... As mulheres saem à rua de decote pelo umbigo para o mostrar a um homem e passam o resto do dia a aturar todos os outros…
Ela tinha umas mamas grandes e lindíssimas que se comportavam de forma estranha: estavam sempre a olhar para mim. Como a maioria dos homens, casei com ela por causa das mamas. Os homens desconfiam muito das mamas. E é por isso que fazem questão de as trazer sempre debaixo de olho.
A princípio correu tudo bem. Gostávamos um do outro e o que eu tinha era dela e o que ela tinha era meu… Excepto o cu, não por eu não lho ter pedido, mas porque ela tinha mau feitio. A partir daí tivemos muitos problemas… Perguntei-lhe uma vez: “Mas tu tens algum problema com o meu pénis?” E ela, que não. E eu voltei à carga: “Então se não te dás mal com o meu pénis, porque é que nunca o beijas antes de ir dormir?” Mas acho que ela não percebeu…
Começámo-nos a afastar cada vez mais e eu sugeri que déssemos uma volta ao nosso casamento. A meu pedido considerámos a hipótese de alargar os nossos horizontes sexuais e um dia houve mesmo a hipótese de fazermos uma ménage com uma amiga dela. Estava tudo combinado quando ela desistiu e disse que era melhor tentarmos resolver o nosso problema de outra forma. E eu disse-lhe: “Oh querida, eu compreendo perfeitamente que tu não queiras fazer uma ménage com a tua amiga. Só não percebo porque é que eu não posso.”
Pouco depois começou a acusar-me que eu nunca abri a boca para lhe dizer que ela era a minha amada. Mas eu também nunca a vi abrir a boca para me fazer uma mamada!... E sabem que mais? Ela não percebeu…
Um dia rebentou. Ela disse-me que eu não valia um caralho.
Nas unidades de medida, não valer um chavo é muito mau. Não valer um peido, é péssimo. Mas não valer um caralho, é fatal. Larguei-a logo ali. Tive sorte porque logo ali era a casa dos pais dela. Voltei para casa e nunca mais a deixei entrar.
Olha! Está a tocar outra vez… E desta vez já subiu as escadas. Alguém lhe abriu a porta de baixo. Tenho de parar de teclar que ela pode ouvir. Vou teclar baixinho…
Entretanto, deixei de me dar com ela. Faço questão de só me dar com pessoas que me conseguem aturar. Eu sei bem que lhe fiz trinta por uma linha… Depois, mudei de linha e lixei-me… Fiquei-lhe na palma da mão… E ela aplaudiu-me.
Desde então, passei um mau bocado… Estava muito habituado a ela. Nunca mais encontrei nenhuma mulher com quem tivesse uma ligação espiritual assim. Uma mulher que tanto me lia Fernando Pessoa, como discutia sobre a civilização, como sabia exactamente onde estava a minha roupa interior suja. Mesmo a que estava debaixo do sofá da sala. E só mo dizia se eu lho perguntasse. Ela era diferente. Depois dela fiz mesmo uma travessia no deserto… Confesso que me pus à procura de uma gaja boa. Uma mulher bonita. Mas para não me sentir fútil, decidi que queria uma mulher bonita mas inteligente. E depois para tornar a coisa mais interessante: Uma mulher bonita, inteligente e loira. Não é que eu não queira assumir um compromisso, mas isso há-de existir. Ou não?
Um homem sabe que não dá uma queca há muito tempo quando os preservativos de bolso passam de validade. Quando dei por mim, tinha o caixote do lixo cheio e a cama às moscas. Como é fácil de imaginar, não existe maneira nenhuma de bater à punheta que não tenha sido já inventada ao longo destes milénios de existência de homens com pénis. A coisa torna-se monótona a partir da nongentésima quadragésima primeira ou segunda vez. E entra na rotina.
Foi então, que conheci a Vera.

A Vera era muito boa rapariga. E muito saudável. Uma saúde!… Para imaginarem, ela era tão saudável que até a merda dela tinha aloé vera e cheirava àquilo e tudo. A Vera era quase tudo o que eu quero de uma mulher: ela era bonita, era loira e acima de tudo era muito inteligente. Sobretudo, inteligente a comer. É que ela era ovo-elástico-vegetariana. Isto é, só comia vegetais, ovos e pastilha-elástica.
Conheci a Vera num bar… Disse-lhe: “Ó Vera eu também acho que os D’ZRT são extraordinários… Olha lá, queres ir lá a casa ver a minha colecção de CD’s? Hum?… Depois, se não gostares vestes-te e vens-te embora…” E ela lá foi. Mas não pensem que isto é assim sem mais nem menos. Porque no fundo, nós homens, para termos sexo, precisamos assim, de algo especial, digamos, um sítio. Enquanto as mulheres precisam sempre de uma boa desculpa. A Vera chegou a minha casa e queria mesmo ver a porcaria da colecção dos CD’s. E nessa altura eu já tinha vendido os CD’s quase todos da minha mulher… Passei tudo para Mp3, claro.
Conversa para aqui, conversa para ali e passados cerca de alguns dois minutos comecei a tentar despi-la. Mas ela disse que não. Não? Parece que não estava preparada. Que não costuma estar assim com alguém em apenas 45 minutos depois de a conhecer. E eu pensei: “será que precisa de mais uns minutos?!” Eu sei que um homem às vezes tem alguns problemas com o tempo. Eu tenho problemas com o tempo. Mas nestas coisas sou uma pessoa objectiva, não vejo qual é o problema. Que sorte a minha! De entre tantas adolescentes hiper-mega-liberais, eu apanhei a mais pudica delas todas.
Então disse-lhe que na verdade gostava muito dela e expliquei-lhe que só costumava ir para a cama com uma mulher, assim no mínimo, dois meses depois de a conhecer. Mas expliquei-lhe que ela, ela era muito especial e que eu nunca tinha sentido aquilo com alguém antes. Confesso que nunca tinha visto uma mulher a despir-se tão depressa. Mas logo depois, no momento da verdade, lá voltou ela ao não! …
Não, outra vez? Parece que não estava preparada e que não se sentia à vontade sozinha comigo. E eu perguntei-lhe: “Mas então queres o quê, chamar uma amiga?” E ela disse que sim, que com uma amiga seria melhor.
Já agora que falo disto, outra vez, deixem-me desmistificar aqui uma coisa. Dizem que o sonho de qualquer homem é fazer amor com duas mulheres ao mesmo tempo. Não é verdade. Isso pode ser verdade para alguns homens, mas para a maioria não é assim. Duas é o mínimo. Sempre é mais que uma, mas está muito longe de ser o ideal. Como apesar de tudo, nós homens somos humanos, até conseguimos viver só com uma, desde que não haja outra hipótese viável.
Perguntei-lhe: “Mas queres uma amiga porquê?” Só lhe fiz a pergunta porque não havia ali nenhuma e ainda ia levar algum tempo até encontrarmos uma. Porque senão, tinha perguntado depois. Foi então que ela me explicou que era lésbica!
A princípio fiquei um pouco sentido. Afinal de contas depois de estarmos ali os dois, na intimidade um do outro, completamente nus, adiantadamente enrolados, agora é que ela mudava de orientação sexual? Pensei que não estivesse a gostar do que via. Se calhar, podia ser uma desmotivação de tamanho. Expliquei-lhe que o tamanho não era tudo e falei-lhe da importância da grossura, bem como do empreendedorismo da coisa. Aliás, das coisas em geral. Mas ela explicou-me que era mesmo lésbica e que nunca tinha estado com um homem. O que para mim não era mau – assim pelo menos não tinha termo de comparação.
Por essa altura eu já estava louco e já dizia qualquer coisa. Em desespero de causa, usei a técnica mais arriscada. Fui sincero, falei-lhe francamente e abri o peito – disse-lhe que a amava do fundo do coração. E fizemos amor loucamente. Foram os melhores 7 segundos e 12 centésimos da minha vida. Garanto-vos. Há quem diga que é ejaculação precoce, eu chamo-lhe objectividade!
Ainda nos voltamos a ver mais uma ou duas vezes. Nessa noite. Ela nunca concordou que chamássemos a tal amiga. Mais tarde (ou logo de manhã, não me lembro) voltou a ser lésbica. Nunca percebi muito bem porquê.
Porque é que ela nunca quis chamar outra?…
Olha! Lá está a outra a tocar. Chiu! Vou desligar o computador e a música para ver se ela se vai embora…

11.7.08

Estado da Nação

Em resumo: a nação ficou a saber que o seu estado é o gasoso - já que o debate não passou de um traque mal dado…
in,
O Coiso

8.7.08

Com jeitinho

1.7.08

Do contra

É tão frontalmente contra tudo que é frequente ir contra espelhos.

23.6.08

Da Vitória

Com tanto medo de perder, nunca jogava. E assim, nunca provou o amargo sabor da Vitória.

15.6.08

Gitmo

13.6.08

Coisas do Euro2008

Várias vezes afirmei que este europeu de futebol já me enjoa, mas depois de ver um bem sucedido empresário português do sector...deixa cá ver como é que posso dizer isto,...dizia eu que quando vi um tuga ligado ao do sector dos chulos, a bajular-se com o dinheiro que ganha diariamente explorando mulheres, senti orgulho na nossa selecção, porque esses, os da nossa selecção, pagam decentemente às meninas.
Gostei especialmente da expressão feliz do bem sucedido empresário tuga quando, referindo-se ao facto da maioria das suas colaboradoras fazerem trabalho temporário durante o euro, afirma que "a maioria delas só cá vem tapar buracos".

2.6.08

Coisas em atraso*

Missão: Matar o Tempo
O senhor Alberto Tempo finalmente chegou e ele matou-o.

Da esperança
— Mas fazes isso tudo só para a comer?
— Não! … Mas a esperança é a última a morrer.

Das relações
— Não me dou com ele...
— Porquê?
— Porque ele não tem nada para dar...

Dos gabarolas pobres
Gabava-se da sua própria miséria e com isso fazia a inveja dos mais poderosos. Morreu crucificado.

Da merda
Tem o caixote do lixo cheio e a cama às moscas.

Uma coisa!
As coisas nunca querem dizer nada. No entanto, temos de estar atentos às coisas, porque elas dizem tudo.

Do bom-senso
Faz questão de só se dar com pessoas que o conseguem aturar.

Da verdade
Nunca viu a verdade como é que ele a há-de reconhecer se lha meterem à frente numa salva de prata? Quanto mais no meio do lixo...

Da intuição
O problema dela não é tanto deixar-se levar pela intuição. Isso, é até, uma coisa boa. O problema é que por causa disso desistiu de raciocinar...

Da revolução
Desde que os revolucionários conseguiram comercializar a revolução que a revolução se revolucionou.

Do Senhor
Se o ajuda é bom.
Se não o ajuda há-de ser.
Se o dificulta, é o Salvador!

Da certeza
Era tão pessimista que largou tudo incluindo a vida porque tinha a certeza de que ia morrer em breve. E morreu.

Do valor
Cheio de dinheiro no bolso e no banco, ainda assim, não passa de um mendigo de tempo. E passa-o a pedi-lo.

Do agnosticismo
Um agnóstico é um ateu diplomático.

De “O que é um homem?”
Para uma formiga debaixo da sola de um sapato é uma catástrofe natural.

Das duas uma
Melhor que Uma Thurman, só Duas Thurman.

* Estarei grávido?

24.5.08

Coisas benfiquistas

Porque será que os benfiquistas não ficam indignados com o facto de Luís Filipe Vieira ter revelado o nome do futuro treinador a um sócio honorário do FCP (José Eduardo dos Santos) e não o ter feito aos sócios do clube da Luz?

13.5.08

Palma...O maior!

Para a cerimónia dos globos de ouro da SIC foram investidas centenas de horas de trabalho por parte dos guionistas responsáveis pelo projecto. Muitos sketches com a participação de prata da casa foram criados, supostos momentos de humor foram escritos, momentos altos foram planeados. Tudo estava encenado, a mentira ensaiada, mas tinha que vir o Jorge Palma e estragar a festa com a sua genuinidade, transparência e desconcertante postura. Até as mamas do Carrilho passaram para segundo plano! Foi o momento alto da noite e será, para mim, o momento televisivo do ano. Se o Herman teve um apontamento de humor de que se pode orgulhar nestes últimos dois anos, deve-o ao Palma.
Não sei se o José Rodrigues dos Santos é adepto da "pinga", mas desde a célebre intervenção do galardoado pivot da RTP, há uns anos atrás, que não se ouviam verdades como as que o Palma proferiu no passado domingo. «Finalmente ãh! a gente vem cá tantas vezes! é sinal que a gente está a trabalhar!», disse o Palma.
Fora de contexto mas dentro de mim está este post que li no Insónia e que não posso deixar passar em claro. Quero dizer ao meu camarada HMBF que também o Palma não tem jeito para o negócio, e que, eu ainda sou daqueles que prefere um pobre diabo a um rico negociante. E pronto, declarado está o meu respeito e admiração pelo Palma e principalmente pelo shôr Fialho.

11.5.08

Peregrinações da Gula

A minha fé e devoção transformaram-me num peregrino fundamentalista. Vai daí, na passada sexta-feira peguei no colete reflector e nos mantimentos e fiz-me à estrada.
O meu caminho teve início na antiga "nacional 1", com uma paragem religiosa na Jomafel, para degustação de um cálice sagrado e um prego divinal. De volta ao caminho, decidi não mais parar enquanto não alcançasse o santuário.
Chegados ao Gerês, os assistentes que me acompanharam brindaram-me com uma hidratante "malga" de vinho verde que mantive religiosamente nas minhas mãos durante uma oração que durou quatro garrafas.
A minha dedicação não me permitiu ter muito tempo para repouso, visto que as costeletas de vitelo, a chanfana e a pescada fresca não me deixaram em paz.
Foi um fim-de-semana dedicado à paz interior (estômago e intestinos), à meditação (drogas leves) e contemplação da natureza (vinho verde tinto e branco).
No domingo, ao almoço, a ultima ceia desta epopeia, enquanto a Vitela à minhota com batatas assadas e grelos salteados me inspiravam silencio, passei os olhos pela TV e pelas celebrações de Fátima e fiquei com a ideia que os adeptos da Cova da Iria não estão nada satisfeitos com o líder dos católico-apostólico-romanos. Pensei isso porque os tiffosi de Maria passaram o tempo todo a acenar com lenços brancos. Mas como eu de futebol não percebo nada!

8.5.08

Imperdoavelmente feminino

As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são falsas.
As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são egoístas.
As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são infiéis.
As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são estúpidas.
As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são vaidosas.
As mulheres perdoam e toleram as mulheres que são parvas.
Mas nunca perdoam ou toleram as mulheres que são giras e...magras!

3.5.08

Cinemagazine

22.4.08

Enigmas de truão

A velha fica sempre para amanhã, sempre para amanhã. Vão ficar chocados, mas só amanhã, disse a velha sovina. (Até hoje.) As contas queimavam e os anéis desapareciam. Tanga! Tanga! – Rei morto, rei posto que rainha velha fica sempre para amanhã. Mas o rei era de carnaval… Houve circo com palhaços e a corte… caiu! Tão nova, de velha. E a velha ficou para amanhã, a velha fica sempre para amanhã. Maltratado em menino, o príncipe foi-se embora choroso e em vez da velha, ficou o moço dos recados. Os caciques não gostaram e a velha voltou a ficar para amanhã. Agora os barões querem a velha. (Corre velha que te querem comer os ossos!...) Amanhã, é amanhã, amanhã. Velho seria, se a velha, agora, viesse impedir o Amanhã de reinar para todos. Ou será que velha que para lá vá, velha se lá fará?

21.4.08

Dúvida existencial

Há por aí alguém que não seja candidato à presidência do PSD?

20.4.08

18.4.08

Actualidades

PSaco De gatos
Menezes foi-se embora. Estou triste, queria ver que tipo de bomba é que o Pacheco Pereira ia usar. Uma redonda com um pavio curto seria a melhor…

Menezes demonstrou ser um político com visão ao não largar a câmara de Gaia por causa de um cargozeco como presidente do PSD.

Com esta é que Pacheco Pereira não esperava. Espero que JPP tenha tanta dignidade como o Luís Filipe e que considere esta demissão como profundamente irresponsável e um sinal de uma política rasteira. E acima de tudo que esteja contra.

Já existiam tantos bonecos de vudu de Menezes que já nem o apêndice cecal funcionava. (Ofereceram-me um e tive pontaria…)

Parece que agora no PSD vai começar uma luta. Pelos restos.

Velhos no Novo Mundo
O Papa foi à América. A última verdadeira corte europeia – a do Rei dos Reis, que ainda tem alguma soberania no Novo Mundo, graças a um fulano que dava a César o que é de César –, chegou com o último verdadeiro exército pessoal composto por pontuais suíços. Que se saiba, Ratzinger não abusou sexualmente de nenhuma criancinha. Apesar de o bully que manda nos states, o tenha ido receber ao aeroporto.

O luxo do lixo
Estes romanos estão loucos: Dom Berlusconi é de novo César. Indo ele para o Governo, certamente que o lixo vai desaparecer das ruas.

Novas descobertas para a opressão
Mugabe descobre outra forma de opressão ditatorial: torturar os votos. Seguindo a tradição africana, cortou-lhes os colhões. Os votos humilhados não se atrevem a aparecer em público.

Vida moderna – tendências da Tia
Dizem que há uma crise mundial de comida mas na verdade o Mundo está apenas a fazer uma dietazinha para o Verão. Pena que algumas pessoas levem isso tão longe e morram de fome. E ainda por cima são logo aqueles que já são mais bronzeados e nem precisavam de ir à praia. (A Tia viajou a convite dos governos do Haiti, Egipto e Filipinas.)

N curt
Sô bué contr u acord ortogrfc pq eh 1 acord do séc passad. Tá tão desatualizado q té alterou palvrs q jah n existem. E parece q só entr em vigor daqi a 6 ans. Us brasileiros tão surprendidos i n percebem o q são consoants mdas.

17.4.08

Ficar pelos cabelos

Haja alguém que me faça o favor de fornecer algumas informações ao Pedro Barbosa sobre calvice.

16.4.08

Da vergonha nacional

Ter vergonha de ser português é a expressão máxima de patriotismo. Um bom português é sempre um envergonhado. Quando não é uma vergonha.

4.4.08

Actualidades e revelações

Se a ponte anunciada deixa “uma cicatriz” em Lisboa, então Lisboa é um gangster batido.

Preparação para o Verão em Portugal já fez baixas: cinco gordos alérgicos “depuralados”.

O Procurador fala, a caravana passa, os cães ladram e as pessoas ganham medo. Muito medo.

O casal McCann pode voltar a Portugal no aniversário do desaparecimento da filha. Ou seja, estão a pensar passar o Verão novamente no Algarve. Ainda tem dois filhos…

Aviso à navegação: o sol voltou, os dias estão maiores e os portugueses já estão um bocadinho mais optimistas. Ah! E o IVA baixou.

O principal problema dos deputados do PS Madeira, são os deputados do PS Madeira. Gama (apesar de nervoso da estreia) revelou-se um satirista.

Pacheco Pereira revelou o seu lado bombista: começo a achar que as gentes do Porto são mesmo muito violentas…

Mónica Sintra revelou-se bulímica. Fiquei desiludido com ela. Esperava pior.