Os bancos

Os bancos dão jeito, mas muito raramente nos dão conforto. Por alguma razão, no ano que passou, a banca teve lucros recorde, nomeadamente em Portugal e em Espanha. Não foi seguramente à custa do nosso conforto que os bancos conseguiram esses lucros, foi antes à custa do nosso trabalho e do esforço dos seus empregados. Não é por isso de admirar que sejam eles a fazer as OPA’s ou a estarem por trás delas.
Eu próprio pensei em fazer uma OPA hostil a uma vizinha minha muito apetecível. Falei com o meu banco, mas eles disseram-me que já estavam a apoiar outras OPA’s e que não podiam ajudar-me. Mas o meu objectivo nem era bem ganhar a OPA. A ideia era meter-me com ela, de forma a que ela fizesse uma contra-OPA. Eu faria cara de chateado e diria que aceitava. O objectivo era a fusão. Há muito que ando a planear esta fusão e as coisas estavam bem encaminhadas. Eis quando outro vizinho meu entrou na disputa e fez uma OPA concorrente! Fiquei fulo. Ainda por cima fez uma oferta muito mais alta. Fui falar com ele.
Opá!, disse-lhe eu, mas como é que tu consegues fazer assim uma OPA com estes valores? Tu não tens os pais ricos, que eu saiba não ganhaste o euromilhões, não me digas que foste ao meu banco? E ele disse-me que nada disso, que tinha arranjado o dinheiro a trabalhar. E eu disse-lhe: Opá! Lá que não me queiras dizer, tudo bem mas não me mintas! A trabalhar ninguém consegue nada, nem comprar uma casita. Então não vês o que dizem os bancos? Eles é que sabem.
Espero francamente que a Comissão do Mercado de Valores Femininos investigue esta OPA concorrente que me parece duvidosa. E fico à espera para ver o que vai acontecer, até porque condicionei a minha OPA à desblindagem dos estatutos dela, porque senão, não consigo a desejada fusão.
Sobre os bancos, tenho a dizer que eles até trabalham bem, mas andam a fundir isto tudo!