30.1.09

Será mentira?

Há uma conspiração no ar...
Parece-me uma grande coisa...
Para breve!

27.1.09

Só comparável a Jesus Cristo

Boas notícias por Mauro Tristão, pessimista de serviço

A boa notícia da semana é a tomada de posse do novo presidente americano, Barack Obama... Ahahaha! Perdoem-me mas não consigo esconder o riso. Ahahah! Hu! Ok. Estou controlado. Vamos lá.
Vi tudo com atenção e confesso que por momentos cheguei quase a sentir uma certa, como hei-de dizer, não é bem comoção, foi mais um aperto no peito. Mas suponho que pode ter sido um ataque cardíaco porque passou-me rapidamente e voltei a tomar atenção à tomada de posse. Foi uma cerimónia que estranhamente decorreu sobre um frio árctico e eu acho que isto simbolicamente pode querer dizer alguma coisa. Da mesma maneira que o estranho engano durante o juramento também me parece querer dizer alguma coisa. E não menos estranho, o vestido de Michelle Obama, decididamente, só pode querer dizer alguma coisa. Mas neste caso, não faço ideia do que seja. Porém, nem tudo correu assim tão bem. Dois velhotes, um deles Ted Kennedy, quase iam quinando, manchando assim a festa. E com isto está tudo dito. Foi um dia aziago, uma cerimónia agoirada, um almoço que cheirava a morte e um vestido aterrador. No final, sempre que via alguém a falar de esperança, dava-me vontade de rir. Sei que não me fica bem, mas não consigo evitar.
Mas vamos ao que interessa. Barack Obama é presidente há uma semana, parece-me justo fazer um balanço desta semana de presidência. E o balanço confirma o que eu previa. A América está enterrada numa crise financeira sem precedentes, numa crise económica avassaladora, em recessão e com mais desempregados que um café com SporTV em dia de jogo. O défice disparou, a divida pública é um recorde absoluto e as medidas de Obama não tiveram efeito nenhum, nem na crise, nem na estupidez de um primo meu que mora nos States. A América está ainda afundada em duas guerras sem fim à vista, com um problema energético estrutural e com milhares de problemas um pouco por toda América e por todo o mundo que Barack nada fez para resolver. A vergonhosa prisão de Guantanamo continua aberta, o que significa que ainda lá estão pessoas fechadas.
É um balanço extremamente negativo. Não há memória de a América alguma vez ter estado tão mal quanto está neste momento sob a liderança de Obama. O mesmo que vinha salvar o mundo e nem sequer conseguiu cumprir a mais simples de todas as promessas de campanha: comprar um cão às filhas. É triste. É muito triste. Mas não me surpreendem estas pessoas supostamente “optimistas” e “inspiradoras”, que não passam de vendedores da banha da cobra. Barack, que seria o paladino da mudança, após sete dias, os mesmos que Deus precisou para fazer o mundo todo, nem sequer conseguiu acabar com o racismo na América. Um bluff. O maior bluff da história desde Jesus Cristo que vinha para salvar os homens e vejam no que deu. Se ao fim de uma semana é assim, imaginem ao fim de um mandato. Esqueçamos a América. Foi chão que já deu uvas. Esperemos apenas que não nos venham pedir uma esmola que nós também temos os nossos problemas.

21.1.09

Do cu

19.1.09

Cessar-fogo ou acabou-se a lenha vou buscar mais

Por Mauro Tristão, pessimista de serviço

A boa notícia da semana é o cessar-fogo israelita na Faixa de Gaza... Peço desculpa, estou a ouvir agora que já foi quebrado... Confirma-se o cessar-fogo também do Hamas e o início da retirada das tropas israelitas. Parece-me que agora é certo e posso anunciar, houve mesmo um cessar-fogo na Palestina, ou seja, alguém ficou sem munições.
Uma das razões porque foi bem pensada a criação do Estado de Israel onde ele existe, é porque assim, só se estraga uma casa como se costuma dizer no nosso país. Eu detesto tanto os israelitas como os palestinianos e não conheço povos mais quezilentos, à excepção de uma tribo brasileira que mata estrangeiros com pauladas na cabeça e uma tribo do norte de África que vive num arquipélago ao largo de Marrocos, a que deram o nome de Madeira.
Entendo este cessar fogo como um intervalo naquele passatempo já com algumas décadas, mas com origens milenares, de judeus e muçulmanos andarem às turras seja com quem for. Mas desde que os meteram juntos, o Mundo nunca mais foi o mesmo. Para os judeus foi bom, porque nunca mais foram expulsos de lado nenhum, para os muçulmanos foi uma benção porque passaram a ter o infiel à porta de casa, pelo que não precisam de ir para longe para mandar umas pedras ou uns rockets.
Um dia que alguém, como por exemplo um presidente americano, enfie um dedo no cu do primeiro-ministro ou da primeira-ministra israelita e lhes diga para se portarem como gente civilizada, talvez nesse dia, com um batalhão de soldados nas ruas para controlar os não menos bárbaros palestinianos, se consiga uma paz definitiva. Talvez então surja um estado palestiniano e os judeus se sintam em segurança. Mas se isso acontecer, o que irá aquela gente fazer para obter os mesmos níveis de adrenalina que obtêm a viver em constante arruaça? Vão-se dedicar a quê? Desportos radicais? Não sei. Mas temo que no dia em que o médio-oriente deixe de ter problemas, o resto do mundo entre no caos absoluto com zangas e zaragatas, gente a atirar pedras e rockets, guerras e destruições. Já imagino o secretário-geral da ONU chateado a dizer que tem que haver um cessar-fogo e a levar com um rocket em cima, como quase aconteceu em Israel há dias para ele não ser parvo. Seria, finalmente, o apocalipse. Mas por muito que eu gostasse que o fim do mundo ainda fosse no meu tempo, gostava de viver mais uns anos e por isso espero que o conflito na Palestina se mantenha por muitos bons anos e que continuemos a assistir impávidos e serenos enquanto morrem eles, porque é sinal que não morremos nós.

13.1.09

Numa fria

por Mauro Tristão

Fui ameaçado pelo dono deste blogue de não puder escrever estas crónicas caso insista em abordar más notícias. Parece que a ideia original era que eu comentasse apenas boas notícias e se o não fizer terei que ir escrever para de baixo de uma ponte. Como não quero ser um sem-abrigo da escrita, com uma revolta profunda no meu coração e porque antes assim que pior, acedi. Cá vai.
A boa notícia é que tem estado fresquinho. Sobretudo na economia, mas não só. Chamam-lhe vaga de frio, mas parece-me um exagero. Diria que arrefeceu um bocadinho, mas estou convencido que as temperaturas ainda deviam descer muito mais. Talvez então o nosso país se tornasse num país civilizado. Não é à toa que os países nórdicos são os mais civilizados, os mais ricos e os que funcionam melhor. O que este país precisava mesmo, era de dois ou três anos de Inverno rigoroso o ano todo, para ver se se endireitava. Nada como temperaturas negativas e uns nevões de cortar estradas para lembrar a esta canalha que habita o jardim à beira mar plantado, que tem que trabalhar à séria e deixar-se de queixas com o único intuito de não fazer nada. Então, talvez pudessem sobreviver ao Inverno. Sem garantias, claro, que até os do centro da Europa sabem que ainda assim, se a Rússia corta o gás, voltam todos a viver como os homens das cavernas. Talvez nessa altura os nativos ganhassem alguma compostura. Desde logo começavam todos a andar melhor vestidos. Perdiam essa mania de andar com dois ou três trapos no corpo, de chinelo no pé e de peles à mostra como caniches depois da tosquia. Acabava-se ainda com essa mania infeliz de ir para a praia apanhar sol que só provoca cancros na pele e derrete as moleirinhas. Cabeças frias pensam melhor que cabeças quentes, toda a gente o sabe e então talvez pudéssemos vir a ter um país com deve ser, ou seja com pessoas a pensar. Infelizmente não tenho nenhuma esperança que isso aconteça. Este frio é apenas passageiro e até o governo, assim como anda a salvar empresas numa fria, se pudesse, acabava com ele.

6.1.09

Mauro Tristão: Finalmente, a crónica

É com prazer que posso anunciar ter-me visto livre daquelas entrevistas absurdas, conduzidas por um ser difícil de adjectivar que se auto-intitulava Jornalista e, pela idiotice que demonstrava, acredito mesmo que o fosse. A partir de agora, embora ele possa voltar a todo o momento (não tenho a certeza de ter apertado bem as cordas), continuarei a minha infeliz participação neste blogue através desta crónica. Embora seja para mim muito penoso ter que escrever tudo isto no computador e posteriormente publicar no blogue, encontrei uma forma de não o fazer ao obrigar a Nikita, a minha empregada ucraniana, a fazer tudo isso por mim. Uma tarefa árdua na medida em que ela não fala uma palavra de português e eu tenho que lhe apontar as teclas todas, uma a uma. Enfim, modernices, que no meu tempo não existiam. Refiro-me às empregadas ucranianas, que dantes eram todas do norte do país e apesar do buço pelo menos sempre percebiam o português embora também não o falassem nem o escrevessem.

2009, odisseia na crise
A verdade é que ninguém previu a crise de 2008. Ninguém excepto eu, que andei a avisar toda a gente sobre esta crise, pelo menos desde 1954. Mas ninguém me quis ouvir e claro, ninguém fez nada. Agora não há cão nem gato que não preveja o pior para 2009. O Presidente da República diz que vai ser “muito difícil”, o primeiro-ministro diz que vai ser o “cabo das tormentas” e um primo meu diz que vai ser a costela partida de quem escorrega numa casca de banana e cai de costas em cima de um monte de caca de cão com diarreia. Talvez. Tenho dúvidas.
A verdade é que ninguém previu a crise de 2008, como é que eu posso acreditar que 2009 vá ser mau? Eu gostava de acreditar nisso, gostava de pensar que este ano que agora começa vai ser um dia frio carregado de nuvens negras com cheiro de morte e devastação. Mas começo a ter dúvidas. Esta gente nunca acerta em nada e isso é meio caminho andado para eu ter tantas dúvidas como o país tem dívidas. Um ano com três eleições?! Temo que só vá ser mau para mim.
O governo vai dar tudo a toda a gente: à empresa, à família, aos pais, aos filhos, à avozinha doente, ao cão, ao gato e ao cágado do menino. A oposição vai prometer os mundos e os fundos que o governo não pode dar mas eles hão-de dar assim que se apearem. As campanhas vão alegrar as ruas, os comícios as praças e os políticos as portas dos incautos. Comigo se cá vierem bater à porta levam logo com o bacio.
Concluindo, 2009 vai ser um ano de festa e alegria com recessão, sem recessão, com emprego ou subsidio de desemprego, com feriados e pontes e dias de voto que são óptimos para uns fins-de-semana de praia ou de montanha. E isto é que me dói. E o que me alivia é saber que em 2010 vamos pagar por tudo isto.
Por isso, não me venham dizer que 2009 vai ser um ano mau. A mim não me enganam. Vai ser mau é para mim que tenho aturar esta porcaria toda.

Mauro Tristão