14.2.08

O Melhor do Pior...

O blogue Há vida em Markl lançou um concurso de vídeos para o tema O Pior Acordar do Mundo. Com regras simples e sem exigências técnicas pedia-se “um pequeno filme que documente o pior acordar do planeta”. O passatempo correu agradavelmente bem, com um total de mais de 50 pequenos vídeos muito diversos entre si.
Nuno Markl está de parabéns pela ideia e pelo trabalho que tem vindo a desenvolver no seu blogue que conta já com uma extensa comunidade de adeptos que frequentam o blogue, ouvem os programas de rádio e seguem a carreira de Markl e as suas inúmeras participações, desde o Sexta à Noite ao Dança Comigo. Considero que na carreira de Nuno Markl, vale sempre mais a sua dedicação e esforço do que os resultados obtidos. Prezo muito a sua dedicação ao humor e a sua incrível capacidade de trabalho em detrimento dos resultados do seu trabalho que, regra geral, são muito pobres. Mas é claro que o trabalho e a dedicação podem avaliar-se objectivamente enquanto que, a avaliação dos resultados, tem sempre uma grande carga subjectiva. No entanto, ele próprio admite que os falhanços de muitos dos seus trabalhos, são o principal denominador comum da sua carreira. Em sua defesa tenho a dizer que Markl sofre de um problema que o afecta muito: Markl é e quer ser uma espécie de humorista série B, Z e quejandos num país que nem tem uma série A. Por isso dão-lhe trabalhos “mainstream”, quando ele gostaria de estar a trabalhar num sistema que lhe permitisse economicamente dedicar-se apenas ao humor alternativo. Mas estamos em Portugal, coisa que Herman José após ter ficado rico nunca nos perdoou...

As escolhas finais de Markl no passatempo do Pior Acordar do Mundo foram, como é normal, muito criticadas e posteriormente, muito debatidas. Markl não descansa enquanto não responder a todos os insultos por mais descabidos que eles sejam e costuma arrastar as conversas valorizando os poucos descontentes que irão sempre existir. Mas neste caso, como noutros, isso só trás debate, conversa, acessos e isso é bom para quem segue o blogue e para o próprio Markl que para além de estar sempre a aprender com isso, tem no blogue um canal só seu onde pode colocar publicidade e ganhar dinheiro com isso. Coisa que eu acho muito bem. O complexo capitalista nacional contra quem ganha dinheiro com o que faz é ridículo.

As minhas escolhas teriam sido um pouco diferentes das de Markl tal como “cada cabeça sua sentença”. Se há um vídeo que não merecendo para mim o epíteto de melhor, é o mais consensual. Trata-se do vídeo de João Costa que Markl premiou:



É de facto o pior acordar do mundo, este o de acordar com as botas batidas. É uma excelente ideia que responde directamente ao conceito do passatempo. Faltam-lhe no entanto, outras qualidades, já que o autor optou por apenas enunciar a ideia com base em “fotografias” e uma explicação por escrito no final. Ainda assim, acho que este vídeo bate os melhores vídeos de apanhados que concorreram que também respondem directamente ao conceito do passatempo. É o caso destes três vídeos:
Mais sexy, de Rogério Montez

Mais elaborado na partida, de Mariana Abreu

Mais mal cheiroso, de Miguel Pironet


O formato de apanhados é na minha opinião, hoje em dia, tão legítimo quanto o da ficção, e estes vídeos são interessantes e engraçados.

Markl deu o prémio também a este vídeo de José Henrique Timóteo, um dos dois que usa a técnica de stopmotion:


Fiquei com a ideia, talvez errada que o prémio foi para a técnica e não para o vídeo. Aqui discordo completamente. Por um lado não acho que devesse ter sido um critério e não me surpreenderia que isso não tenha passado das aparências. Por outro lado, este vídeo é medíocre, por exemplo, se comparado com o outro vídeo com stopmotion, o de Ricardo Sousa, que é um vídeo muito criativo, dinâmico, não foge ao tema e tem pormenores muito interessantes, alguns deles técnicos. Pelo que eu acho que poderia ter sido por mérito próprio um vencedor se não o melhor a concurso:




Finalmente, o outro premiado por Markl, o vídeo de Ângelo Pinto:


Sendo uma ideia popular, não é uma ideia inteligente, original, nem especialmente atraente para os muitos adeptos do futebol. Nem uma nem outra, nem as duas. Até porque é mal feito a todos os títulos. E nesse caso, haviam outros vídeos a concurso que poderiam ter sido escolhidos em detrimento deste.

António Jorge Gaspar com Being Nuno Marklovitch

O Hélder Medeiros opta por uma solução radical perante um acordar político...

Nelson Fernandes se a interpretação não fosse tão má...


Nota: Por questões que me passam ao lado nunca consegui ver os vídeos de Edgar Barata e José Domingos Ribeiro (“o drama de um estudante universitário”).

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