Natal de verão

Como não aprecio a época do natal, por tradição, saio sempre para beber copos na noite de consoada. Como sempre, se não fosse a ajuda dos jamesons e das grades de minis, esse dia teria sido motivo de zaragata. Então não é que, cerca de 300 pessoas me disseram, e passo a citar: “Então esse natal”, vai daí, mais uma grade de minis e um jameson (o último) de penalty. Não gosto do natal, ponto final! (giro isto de escrever ponto final e pontuar com ponto de exclamação).
Talvez seja o sindroma de futuro-pai a pairar sobre mim, isto porque, um amigo à séria (bom 2006 pá! E o trompete está ansioso por conhecer a tua guitarra) me disse uma vez, que, quando fosse pai deixaria de dar importância a coisas que não a têm. Esse amigo estava certo mais uma vez. Deixem–me acrescentar que este companheiro, camarada, tem razão tantas vezes, ou pelo menos argumenta de tal maneira que eu fico sem saber o que dizer, chegando a irritar, pois ele consegue justificar tudo o que pensa, e pior ainda, faz sentido. Talvez por eu ser um bocadito calão, acho que há coisas que não precisam de ser justificadas. Mas já estou a divagar….falava do natal. Resumindo…se eu já não dava importância nenhuma á época mais hipócrita, falsa, estúpida e sem-sabor do ano (tirando o cabrito e outras iguarias), agora que se aproxima o momento de me tornar num verdadeiro pai, ainda dou menos importância ao natal. Podem vocês pensar, que se o natal não tem importância para mim, é porque eu não faço nada para isso. Até podem ter razão, mas quem é que disse, ou escreveu, que esta altura do ano tem que ser especial, e que, quem não concordar com isso está errado. Dizem-me os mais velhos, que não são obrigatoriamente mais experientes em tudo, que este sentimento vai passar porque o meu filho vai fazer renascer o natal dentro de mim. Eu obviamente não concordo, porque não há nada para renascer. Para além disso, se o nascimento de um filho vai fazer com que esses sentimentos natalícios apareçam neste corpo pesado e balofo, já não é mau! Assim, pelo menos sou diferente e comemoro o natal em Junho.

PS: Prometo que este ano não falo mais do natal.

PS1: Estou a aproximar-me da fase de pai, a que o Grande chama lamechas.