13.11.08

Toma! Em nome de Cristo...

Monges arménios e padres gregos, apesar de igualmente cristãos, dão-se tão bem como palestinianos e israelitas. No amor de Cristo, claro.
A tradição diz que, na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, um dos lugares mais sagrados do mudo, periodicamente haja porrada de meia-noite a qualquer hora. O meu Cristo é melhor que o teu. Nham, nham, nham, nham, nham.
As seis seitas cristãs que gerem a igreja lutam, de forma demasiado literal, por cada centímetro de poder ao ponto de não serem sequer credíveis para guardar as chaves da igreja, tarefa atribuída, ironia das ironias, a duas famílias muçulmanas.
A mais recente bendita zaragata começou com uma procissão que rapidamente se tornou numa fila de trânsito com choques em cadeia. O barulho das sagradas punhadas não deixou ouvir, mas fonte bem colocada afirma que, por momentos, Jesus voltou da ressurreição ao sepulcro só para dar duas voltas na tumba.
O problema nestes episódios é sempre a primeira chapada. A partir daí desata tudo a dar a outra face e os religiosos para não parecerem malcriados têm que começar a distribuir bolachadas como se estivessem a dar a comunhão.
Tudo pelo amor de deus! Obviamente. Até porque é preciso lutar por Cristo. Embora não tão literalmente, é verdade, mas isto serve também um propósito. Tratam-se de religiosos que passam a vida em oração, confissão e comunhão. Ora acontece que com uma vida destas não é possível ter pecados. Logo a confissão é uma seca tremenda. Segundo um monge de cruz na mão a arrear num barbudo grego, “o objectivo é ter pecados para confessar”, adiantando que “é muito desagradável para nós chegarmos ao confessionário e termos que confessar que não temos pecados nenhuns porque passamos o tempo aqui fechados num sepulcro”.
Pelo que estes arraiais de porrada são normais. É a forma que eles têm de passar o tempo e quebrar um pouco a monotonia. É que parecendo que não aquilo é um velório constante.
Ou ainda, de forma mais cândida: os arménios não gostam dos gregos e por isso, sempre que têm oportunidade, molham a sopa e arreiam neles.
Instalada a guerra santa, chamou-se os profissionais e a polícia israelita interveio, distribuindo irmãmente cachaporra entre os fiéis para que no final, a culpa, como sempre, seja dos judeus.

2 comentários:

João Barbosa disse...

jura?!
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perdi esta nos jornais

MJLF disse...

A culpa é sempre dos judeus porque são o povo eleito do deus pai, que recebeu os mandamentos divinos para cumprir ;) quanto aos seguidores do deus filho, que não é justiceiro, é bonsinho, tem uma mensagem de amor, perdão e altruismo, resulta sempre em caos na especie humana, um absurdo como se vê no video, todos querem que o seu deus seja só deles e o melhor de todos. Estive em Jerusalem em 1989 e a diversidade de expressões e lutas territoriais na via sacra é indescritivel.
Maria João