13.5.07

Da insistência (feminino vs. masculino)

O que lhe custa não é tanto a ideia de ele se estar a cagar para ela, mas a ideia de que existe um homem que não a quer comer.

O que lhe custa não é tanto a ideia de ela se estar a cagar para ele, mas a ideia de que existe uma mulher que ele quer comer.

5 comentários:

David disse...

Anda sempre tudo à volta de uma pessoa querer ou não comer outra...

MJLF disse...

No diálogo "Parménides" de Platão verifica-se uma profunda ruptura no pensamento ocidental: Parménides questiona Socrates sobre a hipotese de existir uma ideia para a merda, ao qual Socrates responde que não, isso talvez devido à merda ser informe, é demasiada matéria. Quanto às "hormonas", segundo o mesmo autor no "Fedro", a ideia de amor e o desejo faz crescer asas na alma, o amor é uma libertação e elevação da existência, alimento do corpo e espirito, elo de ligação entre o visivel e invisivel.
Maria João

grande disse...

David: o ciclo (disgestivo) fecha-se na medida em que, se não a querem comer estão-se a cagar para ela.

Maria João: pode não haver uma ideia para a merda, mas existem seguramente muitas ideias de merda; quanto a essa descrição do amor, fico com a sensação que o red bull faz a mesma coisa. pelo menos nos anúncios...
posto isto, concordo! :)

MJLF disse...

A merda também pode dar muitas ideias e ninguém resiste a olhar para ela quando a faz - é um alivio, apesar de informe. A campanha red bull foi inventada por um publicitário que possivelmente lia os gregos, é uma descontextualização de conceitos muito antigos, visto que as asas da alma são uma boa metafora para a tusa, e o red bull passou assim a ser musa na sociedade de consumo; mas no contexto original só havia a tusa dos aristocratas de Atenas de meia idade que andavam no engate aos rapazes nos banhos publicos, pois o "Fedro" de Platão é uma critica à instituida pedrastia ( ou pedofilia?) na cultura classica, era prestigiante para os aristocratas estarem acompanhados por estas "belezas", os passivos rapazinhos ateleticos só eram "musas" até lhes crescer a barba, apartir daí não tinham interesse. O diálogo "Fedro" mostra como o amor é uma libertação e elevação nas relações humanas, é a verdadeira critica valores, visto que a mediocridade é a maior intituição humana, é texto intemporal por isso.
Maria João

grande disse...

o amor/elevação e a mediocridade/instituição: havemos de voltar aí... ou não fossem temas intemporais ;)