26.5.07

Do generation gap

Novo, inconsciente e muito vivo, dá no ecstasy como gente grande! O pai não gosta nada de ver o filho nas rave-partys, confessou cabisbaixo entre dois charros. O avô é mais efusivo e acha que a culpa é do drogado do pai. Entre dois pénaltis de bagaço, este homem rijo e alcoólico, lembra-se de seu pai, o bisavô, um homem que se borrifava constantemente com água benta enquanto depenicava umas hóstias benzidas, que lá no Céu acusa a todos de desgraça. Claro que, se perguntássemos ao trisavô, homem que passou muito, um homem tão rijo, que levou tantas da vida, que no final tinha um criado só para lhe dar umas chicotadas, diria que a culpa começava logo no seu próprio filho. O tetravô, esse, não era homem de dizer absolutamente nada. Em toda a sua vida falou apenas duas vezes: no casamento disse “aceito” e quando chegou a morte disse “presente”.

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