25.2.09

A corrupção sempre foi o cimento desta nação!

Por Mauro Tristão, pessimista de serviço

A boa notícia desta semana foi a “charutada” que Domingos Névoa levou por andar andar metido numas “ratices”, ou seja, “corrupção activa para acto lícito”. O empresário da Bragaparques tentou “comprar” há três anos o vereador José Sá Fernandes no caso da permuta dos terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular. Agora o tribunal veio censurá-lo, aplicando-lhe uma multa de cinco mil euros. Confesso que nem sei por onde começar. Se pela “compra”, se pelo Parque Mayer, se pela Feira Popular, se pelos cinco mil euros ou se pelo Névoa. A verdade é que este caso se tornou claro como o dia: Portugal não é bem um país, é antes uma reunião de condóminos num prédio de gente pobre.
Comecemos por Domingos Névoa, um empresário, antes, respeitado, daqueles de que este país é feito e que fizeram este país contra ventos, marés e PDM’s. Ele merece esta condenação, este enxovalho público e esta pena. Domingos Névoa cometeu um erro fatal que muitos portugueses cometem. Foi-se meter com um advogado. Só pudemos confiar num advogado quando lhe estamos a pagar! (E mesmo assim...) E ele foi lá, para pagar ao irmão do advogado. Ora toda a gente sabe que os advogados não têm família! Logo, deu-se mal. Bem feita.
Quanto à condenação, parece-me óbvio que desistir de um processo judicial não é um acto ilícito. Para os magistrados, aliás, retirar mais um processo lento à justiça é até um acto de compaixão. Os senhores juízes tem mais que fazer que andar a tratar de assuntos tão pouco dignificantes como permutas, parques mayers e feiras populares. Coisas pouco de acordo com a importância magistral de senhores que ainda por cima, agora se encontram “citiados”.
Quem devia estar preso era o José Sá Fernandes. Então os políticos queixam-se de ganhar mal e de que no privado ganhariam muito mais e quando lhes é oferecida a possibilidade de continuar a trabalhar a coisa pública, ganhando dignamente, indignam-se como virgens ofendidas? É triste que ainda exista este tipo de políticos que são abandonados por todos, que comem a mão que os alimenta e que só querem poder, poder... O Zé, sem BE, sem Bragaparques, sem amigos, só pensa em ruas de contentores de carga pronta e lá metida sabe-se lá para que cargueiro espacial.
Ainda assim acho que acabou tudo pelo melhor e cinco mil euros parece-me um preço razoável, sobretudo em tempos de crise da construção civil. A verba que eu acho elevada é a de duzentos mil para “comprar” o Zé. Domingos Névoa revelou-se assim, um péssimo empresário. Queria comprar um político por 200 mil euros, quando afinal, segundo a magistratura, ele apenas vale cinco mil.

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