11.2.09

Taxa de natalidade vai aumentar em Portugal a olhos vistos

Por Mauro Tristão, pessimista de serviço

É com tristeza que acabo de confirmar junto do autor do blogue, que esta crónica tem obrigatoriamente de se centrar numa boa notícia. A única coisa que me consola é o facto de nestes tempos que correm, as boas notícias serem tão raras como os casos que envolvem o primeiro-ministro em aldrabices de todo o tamanho. Ou seja, há algumas mas pouco consistentes. Por isto mesmo, esta semana, decidi eu dar a notícia.
A taxa de natalidade em Portugal vai aumentar. Estou certo que todos considerarão que isto é uma boa notícia. Eu não. Mas isso é outra história que o autor do blogue nunca explicou verdadeiramente.
A verdade é que uma larga percentagem dos portugueses vai ter mais tempo para dedicar a si próprio. Com os despedimentos em massa a que temos assistido, estou certo, que vai aumentar o número de masturbações e de fornicações. Sobretudo nos casos em que marido e mulher, ambos perderam o emprego. Como se sabe, gente pobre sem nada para fazer costuma reproduzir-se aos magotes. Finalmente, a população portuguesa vai competir de igual para igual com os povos dos férteis países do terceiro mundo. O que já se vê, é a própria da desgraça.
O país é pequeno e pobre e já está, hoje em dia, superlotado. O dinheiro é pouco para tanta gente e casa onde não há pão, todos ralham e o Sócrates é que tem razão. E, se alguém discorda, malha-se neles, disse o cão de fila do governo e eu acredito porque o homem dá-me medo.
Pior do que existirem dez milhões de portugueses, é existirem mais ainda. E não é só aqui em Portugal que é mau existirem muitos portugueses. Em Inglaterra, por exemplo, eles também acham que por poucos que sejam, os portugueses (e pelos vistos também os italianos) são sempre a mais. British jobs, for british workers, disse o primeiro-ministro inglês. Os nossos costumam dizer o mesmo: portuguese jobs, for portuguese boys.
Os nossos empresários, com a erudição que lhes é reconhecida, decidiram desde o primeiro momento, aderir a este movimento internacional de dar descanso aos portugueses. Com o objectivo de ajudar a sociedade neste momento de crise, puseram-se a despedir as pessoas, para que o governo possa mostrar que está a fazer alguma coisa pela crise, atribuindo-lhes o subsídio de desemprego. Passarão agora a ter que se apresentar quinzenalmente no centro de emprego e a procurar activamente trabalho. O que fará muitos operários sem habilitações, despedidos de fábricas que deixaram o concelho no desemprego, a viajar por este país fora ou – o ideal – a emigrarem de vez.
Numa altura em que o pão é cada vez menor, a confusão maior e o perigo de nos reproduzirmos rapidamente muito forte, chegou a altura de falar claro: meu caro concidadão, não pergunte o que o seu país pode fazer por si, faça você alguma coisa por ele, por favor, emigre!

2 comentários:

MJLF disse...

:))))) os desempregados vão reproduzir-se que nem coelhos, por isso a unica solução é emigar!
Maria Joã

Anónimo disse...

e o proximo sou eu.


narsa