24.12.04

Se o velhote vier à minha chaminé ligo o exaustor!

Estou farto do Pai Natal. Para um gajo que não existe, dá muito nas vistas! Está em todo o lado, só se fala nele, há manifestações de Pais Natal, as “maaairoes do muuundo” e para além disso nós é que temos que acabar por fazer o trabalho dele. A porra é essa. O gajo tem um ano inteiro só para pensar nisso… Supostamente, se existisse. Mas como “é pá boca”, quem tem que fazer isso somos nós com um só subsidio de Natal e com menos de um mês. O que para mim é pouco. Eu, para conseguir comprar todas as prendas de natal para a minha família e amigos precisava de pelo menos três subsídios de natal e seis meses. Mas seis meses em exclusivo! E até entregava as prendas pela chaminé! …Bem, nem tanto…

Ainda por cima o fulano é estrangeiro e vive no norte do planeta. Não acredito que saiba falar e ler português e de certeza que não sabe o que quer dizer “gaja perdida de boa” que é o que tenho pedido vai para dez anos e nada. Assim, por tudo isto, tenho uma proposta eminentemente nacional a fazer. Afinal de contas se o Pai Natal não existe, não trabalha e todos acreditam nele, tem o perfil ideal para ser português! Por isso proponho a nacionalização do Pai Natal! É muito simples. Pode continuar a morar na neve. Arranja-se uma casita na Serra da Estrela. Troca o gorro por um barrete ribatejano, troca aquela vestimenta vermelha meio apalhaçada por uma boa capa alentejana e pode até manter as barbas, mas não tão brancas! Convém que tenham um pouco de sebo de forma a ficarem meio acastanhadas. Arranja-se ainda uma carroça para substituir o trenó, e em vez de renas, dois burros (machos!) chegam muito bem. De carroça pode andar por todo o lado mesmo sem neve. Aprende português e pode fazer o que o outro faz — nada. Para além de muitas vantagens, as cartas que eu mando todos os anos ficavam-me mais baratas e pelo menos eram lidas por alguém!

Seja como for, um Grande Natal para todos!

1 comentário:

mfc disse...

E as batatas caíram bem?