22.12.04

Uma mensagem de Natal

Então Zé pareces preocupado! Aliás, tu não pareces preocupado, pareces desgraçado. Bem visto, estás com uma cara de meter medo! Mas que se passa contigo? E o Zé explicou-me. Anda aflito com umas contas! Porque o Zé deixa tudo para a última da hora como bom português, em vez de poupar durante o ano, para pagar as contas de fim de ano, quando chega a esta altura anda aflito. Parece que lhe faltam 740 milhões de euros para equilibrar as contas. Se o Zé fosse um clube de futebol, não tinha que se preocupar, que esses nunca pagam as contas e costumam andar tão desiquilibrados de contas como de resultados desportivos. Mas o Zé tem que pagar. Ou não.

Há quatro anos o Zé equilibrou as contas vendendo o nada que permite os telemoveis de terceira geração comunicar. Mas isto das gerações leva muito tempo e ninguém quer comprar licenças de quarta geração.
Há três anos o Zé cagou no assunto, não equilibrou as contas e anunciou o pantâno.
Há dois anos passou-se. Utilizou o perdão (fiscal) para convencer os caloteiros a pagar-lhe o que lhe deviam, pôs portagens na CREL e vendeu os cabos que permitem os telefones fixos comunicarem. Andou maluco mas conseguiu.
O ano passado rebentou com as contas e para poder equilibrar teve que fazer de equilibrista: titularizou créditos, absorveu fundos de pensões, ainda ganhou com o perdão do ano anterior e foi buscar receitas ao ano seguinte (este!). Conseguiu.
Este ano... Bem, este ano, ‘tá fodido!

Se quiserem ver o Zé ele está juntamente com o Bagão Félix à porta do Ministério das Finanças a pedir esmola para equilibrar o défice público. É Natal e é uma causa justa, vamos todos lá dar uma esmolazita caridosa. Eu só não vou lá porque, para esse peditório já dei. Desculpem lá...