5.4.05

Má final de época para os Papas

O Papa foi desta para melhor e tem estado em exposição porque afinal de contas ele era o sucessor de Cristo e assim, pode ser que ressuscite ao terceiro dia. E se isso acontecer, desta vez, a igreja quer que toda a gente veja, não vá acontecer como da outra que ficou a parecer os incidentes do túnel do Bessa: eu não vi nada!

Entretanto brevemente os cardeais vão ser fechados para decidir o sucessor de João Paulo, o II Grande (por isso é que ele durou e durou…). Fechados à chave, ou seja “Cum Clave”, daí se dizer em conclave. Isto porque em 1271, os cardeais, provavelmente divertidos e muito bem alimentados estavam há dois anos e nove meses para escolher o sucessor de Clemente IV. Na altura, o povo já não podia com eles, pois que passavam o dia a comer e a barafustar sem chegar a lado nenhum. E ala que se faz tarde: fecharam-nos todos à chave, destelharam o palácio em pleno Inverno e deixaram-nos a pão e água. Rapidamente foi eleito Gregório X, um Papa eleito pela fome. Anos mais tarde, é muito difícil ir ao Gregório sem ter comido alguma coisa. Mas os cardeais continuaram a passar fome se demorassem muito. Logo de seguida institui-se a seguinte lei: primeiros três dias de conclave, normal; cinco dias seguintes só com direito a pequeno almoço; dias seguintes a pão e água.
Cheira-me que há muitas decisões políticas em Portugal que deveriam ser tomadas em conclave!

Papa, de PAter-PAstor ou de Petri Apostoli Potestatem Accipiens que quer dizer “Quem recebe o potentado de Pedro”. Seja como for, diz-se que João Paulo II foi tão bom Papa que deixou para o seu sucessor a papa toda feita. Não sei se é assim, até porque foi um muçulmano que disse isto, mas a verdade é que João Paulo II foi acima de tudo um grande homem. Provavelmente, um dos maiores homens do nosso tempo que nunca teve de o provar.

Talvez por isso não se tenha deixado ir na tanga das mulheres… (não resisti a usar o conservadorismo do Papa para oprimir machistamente as mulheres, eheheh!)

Entretanto, na TV estamos muito perto do directo da morte com um jornalista a relatar em directo momento último de alguém como o Papa: atenção a Morte aproxima-se pela direita, o Papa fugiu pela esquerda, corre, a Morte vem no seu encalço, o papa faz uma simulação, a Morte entra de carrinho e ceifa-lhe as pernas… o árbitro apita e aponta para a marca da grande fatalidade: é penalti contra a morte! O Papa avança, remata forte e… morreu! A Morte festeja mais uma vitória na terra onde já arrecadou vários milhares de milhões de vitórias contra apenas uma derrota há dois mil e cinco anos para Jesus Cristo, embora ainda hoje haja gente como Jaime Pacheco que não acredita…

Olho para os nossos dois cardeais e tento sentir algumas coisa, mas não, nenhum dos dois me parece papável.

Viva o Papa! (Gosto desta Sé vacante...)

1 comentário:

Anónimo disse...

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