8.4.05

Razão vs. Intuição

E no canto esquerdo, admirada pelos mais prestigiados pensadores e racionalistas, fria como um Iceberg e de calção negro, senhores e senhoras: a Razão! No canto direito, musa inspiradora dos mais célebres artistas e criativos, um pouco distraída neste momento e de calção branco, um grande aplauso senhores e senhoras para a... Intuição!
Dentro de momentos dar-se-á início ao combate, que arriscaria considerar um dos mais antigos em toda a história humana. Para arbitrar este choque de titans, o vosso muito querido Senso Comum.
E começou o combate. As oponentes avaliam-se... Rodopiam em volta uma da outra... A razão saca de um argumento que esgrime com violência, mas a Intuição consegue desviar-se e retalia com uma troca de passos que deixa a Razão confundida e desprotegida... e agora desfere um golpe muito criativo, mas a Razão consegue aguentar impávida e serena... um verdadeiro colosso de peso esta razão.
Parece vir a ser um combate longo e neste momento sem vencedor à vista. De resto, não há memória de que uma das duas alguma vez tenha vencido à sua adversária. E atenção, agora a Razão caiu por terra... O arbitro começa a contagem... 10, 9, 8, e levantou-se e parece trazer uma nova teoria, vai recomeçar o combate. A Razão opta agora por uma aproximação mais analítica e a Intuição rodopia rapidamente, obtem a melhor posição, desfere um golpe fatal... mas engana-se, a Intuição enganou-se... A Razão aproveita para retaliar e desfere um murro no estômago, sob um ponto de vista muito específico... Atenção... A Intuição caiu dobrada sobre si mesma, pode ser grave... O árbitro aproxima-se e começa a contagem... Mas ela levanta-se de imediato ainda a queixar-se, mas parece tudo bem. Cheia de recursos esta Intuição...
Muito emocionante este combate, que pelos vistos está para durar. A verdade é estas duas adversárias têm caracteristicas muito diferentes e como já foi dito muitas vezes, se alguma lutadora juntasse as caracteristicas destas duas, estariamos perante algo invencível. Mas ainda bem que não é assim, de outra forma os combates não teriam esta emoção. Bem vindos, ao combate do ano, aqui no Grande Coisa, eu sou o vosso apresentador, o Humor que vos vai relatar assalto por assalto este extraordinário espectáculo da vida humana. Agora uma breve pausa para os compromissos comerciais e outros. Ironia?! A emissão volta aí para os estúdios novamente...

2 comentários:

grande disse...

Caro Olho Pineal, antes de mais gostava de te dizer que estas coisas do Grande coisa!, são como o cinema, nada é real, tudo é encenado e por isso, nem a Razão nem a Intuição se aleijaram no combate e estão ambas de óptima saúde.
Depois, gostava de te dizer que pareces dar à Razão, importâncias que para mim ela, há muito, não tem. Isto porque a tua teoria da Razão total, é um assunto que nem de perto mencionei. E ainda que fosse o caso, ainda assim, opor-lhe-ia a Fé. Quanto à Razão do combate, no fundo a da faculdade do raciocinio, essa sempre esteve no nosso dia-a-dia em combate com a Intuição, ou seja, a percepção de algo sem a ajuda do raciocinio. A Emoção, essa espalha-se em volta do ringue, nos espectadores que reagem enquanto o combate dá as suas voltas e reviravoltas.
Já quanto à Dedução, que não passa de um mero modo ou processo de raciocinar, como, por exemplo, a Indução, suponho, estariam ambas no canto da Razão a apoiá-la no intervalo dos assaltos do combate. A Lógica seria então o treinador a ditar o que a Razão deveria fazer no combate. A Sensação, essa, estaria no canto da Intuição, a dar-lhe apoio, talvez ao lado da Divinação que avisaria a Intuição dos golpes da Razão ainda antes de eles acontecerem.
Finalmente, gostava de te dizer que os combates da Razão com ela própria, embora possam ser espectaculares e emocionantes, são também vazios e irrelevantes. Para o dia-a-dia da vida de uma qualquer pessoa, o Grande coisa! recomenda combates mais substantivos...

Anónimo disse...

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