Coisas do Inimigo Público (N.º 215 de 2/11/2007)

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Al-Qaeda recruta boneco do Multibanco
E planeia “atentado” no dia da assinatura do Tratado Europeu
Sem saldo Lisboa está bloqueada
Capa

Apagão de sábado foi um teste e correu ‘benzinho’, segundo Bin Laden
[...] Bin Laden pretende trazer o apocalipse a todo o País. Deitando abaixo o sistema de caixas e terminais automáticos e fazendo de cada bonequinho do Multibanco um Dr. Zawhari.
MB

Como o último português que sabia preencher um cheque morreu em 1987, será um problema pagar despesas. [...] Os portugueses deverão voltar às relações económicas de 1975 e tornarem-se caçadores-recolectores ou comunistas. Os mais afortiunados serão os que têm primos a trabalhar nas bombas da Galp.
MB

[...] Uma sugestão que Vladimir Putin deixou a Sócrates: bombardear os gangs que andam a roubar caixas Multibanco com caças Migs. “É o que faço na Chechénia e resulta sempre. Muita gente julga que há separatismo checheno. Mentira. Há ladrões de caixas Multibanco chechenos.”
MB

Os grupos “Bonequinhos Multibanco Mártires de Alá”, “Operação Indisponível do Hezbollah/Facção dirija-se à caixa mais próxima” e os chechenos do “O eu saldo não lhe permite realizar essa operação” vão ser reforçados com os bonecos dos semáforos, tanto os talibãs verdes como vermelhos da Jihad.
MB

Convidados de Pinto da Costa apenas souberam à ultima hora com quem o presiodente do FCP casaria
VE

Leitores do ‘CM’ conseguem comparar versão de ‘Corrupção’ do produtor e de Botelho
[...] Sugerem alterações e estabelecem comparações entre a versão do produtor e a versão de João Botelho, a que foi retratada no “Correio da Manhã”.
JH

Nicolau Bryner já começou a receber chamadas de árbitros
[...] Já não recebia tantas chamadas desde a altura em que os telespectadores lhe ligavam a pedir para não continuar com o programa “Eu Show Nico”. [...] Margarida Vila Nova [...] recebeu uma chamada de um bar de alterne a pedir para ir trabalhar em determinada noite porque a Lusineide estava engripada.
FB

Lisboa sem a humanidade ainda teria suplementos do ‘Expresso’ a esvoaçar nas ruas
MB

Portugal atrasou-se economicamente três décadas no último domingo
[...] Os relógios atrasaram 60 minutos, para entrarem na chamada “hora de Inverno”. [...] “Os nossos calendários atrasaram 30 anos, para entrarem na ‘hora do PREC’. Porque as finanças portuguesas estão hoje em dia ao mesmo nível do que estavam nessa altura”, explicou fonte do Banco de Portugal. [...] “Os nossos relógios não atrasaram apenas uma hora, mas mais de dez anos, para entrarmos na ‘hora Artur Jorge’ [...] ”, explicou ainda o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
VE

Ministério da Saúde aumenta oferta no Alentejo com a criação de três morgues
[...] Alargando esta oferta [...], numa resposta aos anseios de uma população [...] “que não para de morrer”. [...] É reconfortante nascer no próprio concelho. Também é motivo de satisfação ser autopsiado na sua própria terra e não ter de ser retalhado em Lisboa, às mãos frias de um qualquer desumano médico legista que não tem a mínima relação de afectividade com o cadáver. AM

Berardo inova na gestão financeira ao chamar ‘meu querido’ a Ulrich
Também pensou usar ‘fofura’ ou ‘coisinha mailinda’
[...] Um pouco de história: há dezenas de anos, os bancos tinham donos. [...] Seguiu-se o corporate governance com um chairman e um CEO, e, desde a passada segunda-feira e graças a Berardo, há o “meu querido”.
MB

Banda da Carris quer ficar com Filarmónica de Berlim
Há mais pequenos na calha para comprar grandes: o Estoril-Praia, por exemplo, quer adquirir o Benfica e formar o SLB-Estoril e a Retalis propôs uma troca de acções com a British Airways e a formação da British Retalis.
[...]
O perigo de o BCP ser tomado por espanhóis do LA Caixa obriga mais uma vez Portugal a defender-se com o quadrado (Jardim Gonçalves).
A fusão criará a maior empresa cotada na bolsa portguesa, com uma capitalização de 16,4 milhões de euros e mil milhões de católicos.
MB

Avião do BCP não é suficiente para todos os administradores do novo banco
[...] A solução pode ser pedir emprestado, através da Sonangol, o avião presidencial de Eduardo dos Santos, que tem mais lugares sentados do que o novo santuário de Fátima.
AP

Cavaco e Sócrates são agora os únicos gémeos a partilhar o poder
NAJ

Novo Estatuto do Aluno acaba com mercado de 300 milhões de euros de atestados médicos falsos
[...] Esta semana cerca de dez mil comerciantes de relógios para crianças, e de alarmes para escolas e operários da linha de montagem dos despertadores Noddy de uma fábrica do Norte manifestaram-se à porta do Ministério da Educação.
JH

Orçamento de Estado para 2008 prevê 190 milhões de euros em pareceres e consultadorias, um aumento de 62 por cento. Trata-se do primeiro passo para o cumprimento da promessa eleitoral [...] de criar 149.997 mil novos empregos, dado que as entradas de Jorge Coelho na SIC, Pina Moura na TVI e Armando Vara na CGD, fá foram abatidos aos 150 mil iniciais.
MB

Ao que o IP apurou, até final da legislatura serão contratados mais de 100 mil novos consultores, com destaque para:
Assessoria técnico-administrativa de sistemas de fotocópia
[...]
Administração da esponja e da mangueira no asseio da frota automóvel
MB

Especial arte

Retrato do artista enquanto cão morto
‘Cão morto’ era apenas uma instalação do cão artista. Já o ‘artista’ Habacuc Vargas é que não existe!
“Víktor El1ías*
* Marchand e curador

Enquanto os portugueses ficavam chocados com o cão morto nas Honduras, dois empresários deixaram morrer, no Alndroal, dezenas de vacas e vitelos. [...] Este caso não mereceu a mesma indignação pública, [...] mas esta ainda pode acontecer, caso o público desconfie que por detrás das mortes dos animais, se esconde um inconfessável desejo artístico.
Devem portanto, os dois empresários ter alguns cuidados:
Não deixem as vacas morrer todas juntas, [...] pode ser confundido com uma homenagem ao “Guernica” de Pablo Picasso;
[...] Expliquem o mais rapidamente possível que deixaram os animais morrer de fome para receber o seguro, e não para chocar os críticos de arte [...] Se forem apanhados pela ASAE, apenas pagarão uma coima. Se forem apanhados de ponta pelo Daniel Oliveira, Deus tenha pena das vossas almas.
VE

Como ser marchand em 4 lições!
[...]
1. Retire todas as molduras dos seus quadros. Para um coleccionador de arte moderna, um quadro com moldura é como uma mulher com buço;
2. Pendure os seus quadros de pernas para o ar. Um retrato de Jesus Cristo, pendurado como deve ser, é uma foleirada. [...]
3. Escreva qualquer coisa em cima do quadro que contrarie o óbvio, como “isto não é um quadro”
[...]
4. Risque a assinatura do pintor e diga que [...] foram pintados por um sem-abrigo com síndrome de Down. [...] Da próxima vez que quiser ver os seus quadros, vai ter de pagar bilhete na Tate Gallery.
VE

Achtung!
Você não é um Charles Saatchi. As probabilidades de fazer fugura de urso na Zé dos Bois é grande. Siga estes conselhos:
Não pegue em nada que esteja no chão, porque “a coisa” tem 99,99% de probabilidades de ser uma obra de arte! Mesmo que seja uma barata ascorosa, não a pise. A barata deve ser uma instalação intitulada “Franz Kafka #3”.
Se vir um pedaço de excremento no chão, não chame o homem-das-limpezas!!!!! O mais provável é que a pessoa que chamou para limpar o monte de bosta seja o próprio autor da obra, porque um artista moderno veste-se como um operário da Lisnave numa quinta-feira à tarde.
VE

Não é necessário ser um Guillermo Habacuc Vargas para ganhar dinheiro fazendo um rafeiro morrer à fome. Com um pouco de imaginação, você também pode ser um artista conceptual.
Em vez de abandonar o seu animal de estimação na berma da estrada, em Agosto, abandone-o dentro da Galeria Zé dos Bois. [...]
Se quiser livrar-se do seu cágado, não o mande pela sanita. Pegue na sua sanita velha, com o cágado lá dentro, e coloque-a numa rua do Bairro Alto, com uma folha A3 dobrada a dizer “Estudo #4”. Com o dinheiro que lhe vão oferecer pela sanita velha e pelo cágado, vai poder comprar uma casa-de-banho Philip Starck;
Por último deixe o seu cão morto no meio da rua com uma moldura de madeira em cima. Os intelectuais vão pensar que está a fazer uma instalação irónica, insuflando a técnica “natureza morta” de irreverência. Já as pessoas comuns vão pensar que [...] é uma obra de arte, pois, para estas, qualquer coisa que esteja no meio de uma moldura é arte, mesmo que seja apenas uma fotografia de casamento colorida em Photoshop.
VE

Inquérito
Que entrevistador é que devia ter feito ao Sarkozy perguntas sobre o divórcio?
Ana Lourenço
Pessoa que ambiciona escrever “Lava-me, porco” no carro de Santana Lopes
Olhe, quem não apanhavam lá era eu! Já estou fartinha de pessoas que bazam a meio de entrevistas! E dos meus sacrifícios pessoais ninguém fala. Acham que é fácil estar duas horas em directo a ser menos expressiva do que um poste de electricidade?
Susana Romana

Novo livro de Miguel Sousa Tavares já vem com tapa-vento para ser lido na praia
FB

Joaquim Furtado realiza documentário sobre a guerra entre Catarina Furtado e Barbara Guimarães
[...] Apesar de nas galas da SIC sorrirem com tal cinismo que perto delas o Marcelo Rebelo de Sousa parece o Gandhi”.
“Joaquim Furtado”
AM

Badocha Miguel Veloso dava de comer a 200 modelos
A passagem de Miguel Veloso na Portugal Fashion continua a alimentar as revistas cor-de-rosa e, desde anteontem, a “Teleculinária”. [...] Fátima Lopes admite que Veloso não aguentou o desfile e que chegou a pensar substituí-lo a meio da passerelle. A estilista criticou o estado em que os clubes lhe entregam os jogadores e pediu a Paulo Bento para não convocar Veloso para o jogo de domingo com a Naval porque tem um desfile em Milão quarta-feira.
MB

Provedor dos leitores
Norberto Arriaga
O estado da Arte
“Venho por este meio censurar a maneira como o Provedor do Inimigo Público se referiu à minha pessoa, na última edição [...] Lamento que um colega de profissão se mostre tão mesquinho e pouco solidário para com os seus pares”, escreve R. Araújo, de Lisboa
Solicitei esclarecimentos a mim mesmo.
“Não sou responsável pelo que escrevo, porque quem o faz é o redactor Vítor Elias, pelo que as críticas do leitor [...] foram endereçadas à pessoa errada”, expliquei-me a mim próprio.
Conclusões do Provedor:
[...] A melhor arte moderna está no INIMIGO PÚBLICO, como se pode ver por esta crónica! Vejam como um falso provedor coloca a escrever um provedor verdadeiro mas que, enquanto escreve, torna-se tão falso como o primeiro provedor que é falso! Vejam como o Provedor do INIMIGO PÚBLICO, enquanto Provedor do Inimigo Público, afirma que ele, na realidade, é o redactor Vítor Elias, desmultiplicando a autoria dos seus textos num jogo de espelhos conceptual e labiríntico! [...]
É, pois, conclusão do Provedor que o INIMIGO PÚBLICO devia estar, não apenas dentro do PÚBLICO, como dentro das edições Tachen.
VE
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