18.2.05

Só para quem gosta de política...

(É que isto é grande e chato, por isso quem não gosta de política nem vale a pena começar)

A verdade é que uma mentira mil vezes repetida se torna verdadeira.
E isto, mesmo que tenha sido mentira quando foi dito pela primeira vez, hoje segundo a própria ideia, é já uma verdade.

As sondagens são sempre mentiras mais ou menos à beira da verdade. Ontem saiu uma que dá a maioria a Sócrates, uma derrota a Santana, o apagamento a Portas, a manutenção de Jerónimo e o crescimento de Louçã.

Tenho um problema com estas eleições... Apesar de me fazer rir, não tenho um especial interesse que Santana ganhe. Mas fico muito chateado que se apresente Sócrates como o vencedor à partida de umas eleições livres e democráticas. Sobretudo porque não acho que seja verdade, mas apenas uma mentira mil vezes repetida. E apesar de Santana Lopes ter estado muito em baixo nos últimos dias, se há pessoa que pode virar umas eleições é ele. Até porque é populista e quem não gosta dele são os jornalistas, alguns poderosos e o presidente. Independentemente da validade das razões de todos estes, mas seguramente à revelia daquilo que a maioria das pessoas (as que não falam na comunicação social) verdadeiramente pensam. Chateia-me que se coma o povo por parvo, embora isso às vezes resulte, seja da esquerda, seja da direita (os referendos são bons exemplos disso). A América não é assim tão longe e as eleições não foram há muito tempo, mas já ninguém se lembra e essas coisas só acontecem aos outros. Será?!

A euforia é tão grande que Sócrates agora tem maioria na sondagem. Um candidato muito mais fraco que Guterres, com pior campanha, com adversário mais forte e com passado triste, terá, segundo parece, a maioria que o outro não teve. Acho estranho, mas enfim.

O que ainda não se disse nesta campanha do colo, é que para lutar assumidamente contra Santana, a comunicação social está a levar Sócrates ao colo para o Governo.

E eu nem acredito que Sócrates seja melhor que Santana, antes pelo contrário, não me faz rir e parece-me adepto do statuos quo, tentando melhorar a desgraça, em vez de destruir para fazer de novo como Santana, sem saber, poderá fazer. Quer no país quer no seu próprio partido, desde que não perca por muito. É óbvio que Sócrates não poderá fazer grande mal ao país e decerto fará algumas coisas acertadas, como todos, de resto. Se ganhar... porque ainda não houve eleições e a contagem só se faz depois... Ou será que eu sou mesmo tontinho! Não duvido é que, se ganhar, o seu primeiro alvo, mesmo que inadvertidamente, será a comunicação social, que se tornará o seu pior inimigo, até porque vai sentir-se legitimada para isso e traída por ele. Querem apostar?...

Fantástico é que esta euforia chega à sondagem que ajuda a direita. Porque desmobiliza socialistas, mobiliza eleitores de direita, sobretudo do PSD e PP. Quase absurdo. Mas seria lógico que amanhã, as sondagens colocassem o PS à beira da maioria absoluta, para mobilizar os socialistas.

Outras mentiras mil vezes repetidas acumulam-se na nossa realidade.

Se retirarmos o período Cavaco Silva à III República, a actual situação política constitui a norma. Não percebo porque está tudo tão surpreso.

Não percebo a tese de que os portugueses não gostam de colocar os ovos todos no mesmo cesto, no que se refere a presidente e primeiro-ministro, quando sempre tivemos presidentes de esquerda, em todas as situações! (a seguir ao Ramalho Eanes)

Não percebo porque todos estão surpreendidos com a nossa situação económica. Se retirarmos os anos dos subsidios em força da União Europeia, Portugal sempre foi aquilo que é, o mais pobre dos países ricos! Apenas voltámos ao que verdadeiramente somos, até porque os problemas que temos não têm nem 5 meses, nem 5 anos, mas mais de 50!

Oiça-se por exemplo Medina Carreira, para perceber que o país só tem duas soluções: a que eu defendo de encontrar algum sitio ou alguma coisa para roubar (como fizémos à mãe, aos mouros, ao ultramar e à União Europeia); ou então segundo Medina Carreira, temos de resolver o velho problema da administração pública e do peso do Estado.

Mas para resolver este problema, não são necessários políticos competentes e sérios, porque foi o que sempre tivémos (até chegar Santana Lopes, segundo diz toda a gente que se faz ouvir) e nenhum resolveu esse problema, logo é preciso um tontinho para o fazer, depois podem voltar os “competentes”... se ainda os quisermos.

2 comentários:

Anónimo disse...

E eu também não percebo tantas coisas... Mas tenho uma esperança. Que às vezes fica mais forte, outras mais fraquita, para depois voltar a crescer, que domingo as coisas não vão ser como "95% das sondagens" dizem e que o público deste grande teatro que, como eu, se senta mais ao meio ou à direita da sala, vá no domingo à bilheteira e demonstre que sondagens são o que são... aproximações... que eu quero que falhem redondamente.

Anónimo disse...

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